Assim como todos os fornecedores, Sr. Joaquim voltou para sua casa aos prantos, desesperado e sem dinheiro, teria que replantar tudo de novo, mas como? Sem dinheiro para as sementes, como pagaria os empregados? que depois de um mês não suportaram a falta de pagamento e resolveram entrar na justiça contra o patrão, que o deixou mais triste, pois tinha os filhos ainda pequenos, sem dinheiro, e a esposa muito doente nessa época, sem plantação, sem mercado para vender seu produto.<br><br>Todo seu negócio foi a leilão e, quando feito isso, ele estaria na rua, porém, um patrício, Dr. Antonio, vendo o que tinha acontecido o ajudou, arrematou toda a propriedade do Sr. Joaquim Nunes Teixeira no leilão e devolveu as terras e as casas para ele, mas com uma condição: ele pagaria por mês uma pequena quantia até quitar a dívida, e isso foi feito, em poucos anos tudo voltou ao normal.<br><br>Quando a parte baixa da Vila das Belezas foi loteada pela imobiliária Alfa, que adquiriu o restante da Fazenda do Chá, o Sr. Joaquim conseguiu junto a eles que doassem um lote para a igreja da Vila das Belezas, um lote de 500m², onde se ergueu a primeira igreja católica do bairro em 1950, com promessa de que, se isso acontecesse, ele iria a Portugal e traria uma santa para o bairro, que seria Nossa Senhora de Fátima, e o terreno foi doado e o Sr. Joaquim trouxe a Santa e está até hoje na Igreja.<br><br>Até 1950, nosso bairro não tinha igreja e os moradores iam para a Igreja Matriz de Santo Amaro, no Largo Treze de Maio ou no Capão Redondo com o Padre Benigno da igreja Nossa Senhora do Carmo. Toda a intermediação para a construção da igreja foi feita pelo Sr. Joaquim, inclusive a hospedagem dos missionários e padres foi feita na casa dele e onde era feita as reuniões para a instalação dessa igreja que ficou pronta em 1952. Ele também que doou a Santa Nossa Senhora Aparecida para a gruta que havia ao lado da igreja antiga, que foi construída antes da igreja, aproveitando a mina que ali existia.<br><br>Sr. Joaquim, como toda a família, era Ademarista, inclusive sua filha Dona Mariazinha, ela foi pedir na época, 1952, ajuda para a esposa de Ademar de Barros: “Dona Leonor Mendes de Barros, ajuda para a realização de uma grande quermesse para ajudar na construção da Igreja?”, ela se prontificou a ajudar e esteve no dia da quermesse, e aproveitou para pedir votos ao marido, para as eleições ao governo Paulista que se realizaria em 1954, onde o concorrente era o Sr. Jânio Quadros, que por sinal venceu a disputa.<br><br>Essa atitude de D. Leonor causou problema com os partidários de Jânio Quadros, concorrente ao governo, sabendo do que aconteceu foram ao Padre Benigno do Capão Redondo, dizendo que estavam misturando política com religião na Vila das Belezas. Padre Benigno veio na casa do Sr. Joaquim censurá-lo por essa atitude e se esse tipo de negócio de religião com política continuasse não permitiria mais que padres de outras regiões viessem rezar missa na capela do bairro e o Sr. Joaquim respondeu:- "O senhor não é o pastor, mas o lobo que come as ovelhas! e se o senhor vier por um lado da calçada eu passo para o outro lado” e partir daí não se falaram mais, mas dona Leonor continuou vindo e ajudando na igreja e chegou a fazer discurso em favor do seu marido para as eleições de 1954.<br><br>Porém, com medo que a promessa do Padre Benigno do Capão Redondo se concretizasse a Dona Mariazinha, filha do Sr. Joaquim, foi falar com o bispo na Catedral de São Paulo, explicaram o problema e o bispo contornou o problema e garantiu a vinda dos padres a rezar missa no bairro e agora também do Verbo Divino do seminário da Chácara Santo Antonio.<br><br>Em 1960, quase oito anos após a construção da igrejinha, nunca houve um casamento ali, por ser muito simples, as moças preferiam casar em Santo Amaro ou Capão Redondo. Nesse ano, a Dona Mariazinha, filha do Sr. Joaquim, resolveu se casar ali e foi um sucesso, o Padre Benigno fez questão de vir a Vila e realizar o casamento, mesmo sabendo que ela era filha de seu "desafeto", mas tudo correu bem durante o casamento e Padre Benigno realizou a cerimônia ao lado do Sr. Joaquim e os dois fizeram as pazes no próprio altar com um abraço afetuoso. E também foi o Sr. Joaquim Nunes Teixeira que doou o dinheiro equivalente a compra de um terreno de 1000m², em frente à igreja antiga, para a construção da igreja nova. Isso porque a igreja tinha comprado o terreno, mas pagava com dificuldade e não conseguia terminar a igreja nova; essa ajuda foi como se tivesse comprado o terreno, isso por volta de 1960, na atual Rua Rafael de Proença, que liga a Estrada de Itapecerica à Av. Carlos Caldeira Filho, que margeia o córrego do morro do 'S", em um comprimento de 500m aproximadamente.<br><br>Com o crescimento do bairro e para o melhor escoamento de suas mercadorias havia necessidade de abrir uma rua naquele setor, pois até então, até os anos de 1940, eram caminhos tortuosos, o Sr. Joaquim comentou com os alemães vizinhos (família Vaders), para que cada um desse uma parte de seus terrenos para abrir a via, com o qual eles não concordaram e por isso Sr. Joaquim resolveu chamar a prefeitura e pedir para abrir a rua doando parte de seu terreno, e abrir a rua até a Estrada de Itapecerica, porém, pediu que a rua tivesse seu nome, Rua Joaquim Nunes Teixeira, e depois disso aquele local se chamou Vila Teixeira em sua homenagem.<br><br><br>E-mail: [email protected]