Chuva fina, dentes escassos
Lá vai ele pela esquina
Na noite surrada,um paletó suado
A ruidosa avenida o encoraja a mais uma baforada
A pinguinha esquenta as agruras
Engarrafadas pelo destino de um morador de rua.
O cobertor envolve a dor da perda
Perda da dignidade, da mulher, da malograda vida
O homem charuto
Embrulhado no carpete abandonado na caçamba
Dorme debaixo da marquise
Na Avenida Paulista
Do maior e mais poderoso Banco da metrópole
PSEUDÔNIMO: GARDÊNIA
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