Amigos e amigas do site, depois de muito tempo sem escrever neste espaço, mas lendo as histórias aqui contadas, voltei a falar sobre o meu querido bairro do Tatuapé.
E, por um motivo muito gratificante, que todos vão concordar, as amizades, isso mesmo, os amigos e amigas da adolescência e da juventude, dos anos de ouro da Rua Margarida de Lima, aquela rua que é uma travessa da Rua Tuiuti e paralela à Av. Celso Garcia, e também travessa da Rua Maria Eugênia.
Atualmente, muitos amigos e amigas, em sua maioria, ainda moram em São Paulo – SP. Alguns foram morar no interior, alguns em outros estados, alguns no exterior, mas, descobrimos, de repente, que todos continuam ligados ao Tatuapé, umbilicalmente.
O Tatuapé até meados dos anos 80, mais precisamente, era um bairro que tinha campos de futebol de várzea, esqueletos de fábricas que se mudaram para o interior do estado (ou simplesmente fecharam as portas), terrenos baldios, ruas estritamente residenciais, cinemas...
Tinham as turmas de rua, como eram conhecidos os amigos que se reuniam nas esquinas para beber umas geladas, bater papo, namorar, armar os esquemas para as noitadas, viagens, acampamentos, churrascos, etc.
O Tatuapé, hoje em dia, é um bairro que cresce verticalmente e parece que os edifícios vão chegar nas nuvens. As casas estão sendo demolidas para dar lugar a esses condomínios com centenas de apartamentos, como está ocorrendo na Rua Margarida de Lima, na qual foram demolidas, aproximadamente, 40% das casas.
Os cinemas desapareceram, os campos de várzea não existem mais, as ruas que tinham casas residenciais foram transformadas em ruas comerciais. Apareceram os shoppings, o trânsito que já era engarrafado, só piorou... O progresso proporciona isso mesmo.
Mas anos se passaram, o progresso pede passagem, a tecnologia chegou com tudo para todos e para ficar. As mudanças nas vidas dos amigos e amigas também foram acontecendo: os cabelos brancos, os filhos, os netos, a “barriguinha” de cerveja para alguns, as mudanças de endereço motivadas por trabalho ou por opção de vida. E lá se vão, quase trinta anos, desde que mudei para Salvador.
A ligação umbilical com o Tatuapé, por parte dos amigos e amigas, se confirma quando o assunto é um bloco de carnaval chamado Mãozinha. Foi criado na esquina da Rua Maria Eugênia com a Rua Margarida de Lima, para brincarmos nos carnavais do Corinthians, isso mesmo, do grande Corinthians, que, gloriosamente, está localizado no Tatuapé, mais precisamente, na Rua São Jorge, 777.
Essa turma de amigos e amigas tem uma relação com o Colégio Estadual Osvaldo Catalano, com o Grupo Escolar Erasmo Braga, com o Clube do Corinthians e com a própria Rua Margarida de Lima, nosso ponto de encontro. Porque todos, de uma forma ou de outra, foram se conhecendo e fazendo amizade nesses lugares.
Entre minhas idas e vindas entre Salvador e São Paulo, encontrei alguns amigos na Rua Maria Eugênia, por acaso, e sem muita pretensão conversamos sobre a necessidade de marcarmos um encontro com os que pertenceram ao Bloco Mãozinha. O assunto ficou um pouco esquecido, devido à vida corrida de todos com trabalho, família, viagens, etc.
Com a iniciativa da filha de um casal de amigos, não sei se ela sabia da idéia desse encontro, que só conhecia o passado da Rua Margarida de Lima e do Bloco Mãozinha de ouvir falar, fez com que a ideia se espalhasse pelo Facebook. Aquela ideia prosperou, virou realidade, agitou até amigos e amigas que não se viam e nem se falavam há, aproximadamente, 40 anos!
Foi assim que o entusiasmo de todos pelo reencontro, se concretizou em um sábado, mais precisamente, dia 08.11.2014, começando às 8h, com a reunião de alguns amigos na Rua Margarida de Lima e culminando com o espetacular encontro de todos na cidade de Atibaia, em um sítio.
Não poderia faltar a churrascada regada a muita cerveja e muito samba, um pouco desafinado é verdade, muitos celulares que só serviram de máquina fotográfica e filmadora e muita, mas muita conversa, muitas lembranças, muitas gargalhadas, muitas emoções ao lembrar dos amigos que estão nos assistindo lá do andar de cima, mas que estavam ali ao nosso lado espiritualmente.
Mas, como tudo o que é bom dura pouco, o nosso encontro tinha que terminar no final do dia, porque muitos tinham que viajar de volta para as suas casas e a despedida foi com um simples “até logo”. Saímos dali com o compromisso de nos encontrarmos no ano de 2015, 2016, 2017... Para que nossas amizades continuem a nos proporcionar momentos maravilhosos, que ficarão gravados para sempre em nossas memórias e nas memórias do nosso querido bairro Tatuapé.
Para me despedir, momentaneamente, quero deixar claro que não mencionei o nome de nenhum amigo e de nenhuma amiga, para que todos se identifiquem igualmente na minha história, assim como seus filhos e netos. Mesmo aqueles que não estavam presentes, possam se sentir lembrados, por fazerem parte dessa turma de amigos e amigas, que sempre irá existir no coração de todos e no coração do nosso Tatuapé.
Se eu esqueci de alguma coisa, me desculpem.
Até breve!!!!
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