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Categoria - Outras histórias Bullying Autor(a): Neide Gaudenci de Sá - Conheça esse autor
História publicada em 18/11/2014
Minha escola – onde fui aluna, professora e coordenadora – foi criada para preparar as mulheres para o trabalho com o nome de Instituto Profissional Feminino, nos idos de 1911.
 
Hoje nós a conhecemos como Escola Técnica “Carlos de Campos”, sempre no mesmo lugar: esquina da Rua Monsenhor Andrade com a Rua Oriente (Brás ou Pari?).
 
Num determinado momento – década de 70 mais ou menos – a existência de uma escola pública feminina causava espécie. E, assim, ela foi preparada para receber meninos.
 
Mas, mal sabíamos o que estava para acontecer...
 
Tínhamos no currículo, além das disciplinas de cultura geral (como Português, Matemática, Geografia, História, Desenho, Inglês, Biologia, etc), as disciplinas técnicas, como corte e costura, bordados, flores e chapéus, pintura, cerâmica, culinária e muitas outras artes não necessariamente femininas mas mais afinadas com esse gênero. Era o pensamento da época, nada de torcer o nariz...
 
Aí, a reviravolta e os meninos vieram, possibilitando grandes mudanças na vida da escola.
 
Do outro lado da rua, havia um colégio particular (Liceu “São Paulo”) e vocês sabem o que rola entre estudantes nas horas de entrada e de saída: rivalidade, paquera, formação de grupinhos e assim por diante. Os meninos desse colégio achavam que as meninas do nosso eram mais ou menos como um campo reservado para eles. E agora? Havia concorrentes dentro da fortaleza.
 
Eles não tiveram dúvida, começaram a assediar nossos alunos, perguntando: “Como foi a aula de costura? Bordaram muito hoje?” E mil e uma tentativas de provocar os nossos garotos.
 
A coisa se acirrou a tal ponto que até o nosso zelador teve que ir para a rua, apartar brigas.
 
Depois de um tempo, tudo entrou nos eixos. Calmaria!
 
A relação voltou ao normal: rivalidade, paquera, formação de grupinhos, sem bullying agora.
 
Nota: Será que não vamos encontrar uma palavra melhor do que essa? Bullying, além de ser estrangeiro, é muito feio (tanto palavra quanto comportamento). Por isso, estou propondo o termo bulição (ou seja, ação de bulir). Será que pega?
 
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Publicado em 24/11/2014

Por ai se vê, que o tempo passa, as coisas mudam de nome, mas tudo con tinua igual. A bulição de hoje, nada mais é que a provocação gratúita de ontem.

Enviado por Marcos Aurélio Loureiro - [email protected]
Publicado em 21/11/2014

Houve tempo e lugar em que essas aulas eram chamadas de educação para o lar ou trabalhos manuais.O Bullying ou a ação de bulir estão aí e concordo com você na adoção de outro nome.Boa história!

Enviado por Flor de lótus - [email protected]
Publicado em 21/11/2014

Neide, minha querida, eu não sei se a sua proposta "pega", mas que é duro, é. Por outro lado, sempre é necessária a conversa, o saber lidar com as situações, ter bom humor... e alguma esperança na humanidade, para que saibamos lidar com as diferenças, as outras possibilidades. Um abraço.

Enviado por Vera Moratta - [email protected]
Publicado em 21/11/2014

Essa escola conheci bem, não por frequenta-la mas sim, morava nas proximidades. O prédio ainda existe, lá é o Braz, mesmo. Quase Canindé, mas Parí, não.

Realmente como vc conta ela tinha estas ocorrências. Parabéns, Gaudenci.

Modesto

Enviado por Modesto Laruccia - [email protected]
Publicado em 19/11/2014

Neide, boa recordação de uma época que a costura era importantee creio que hoje seja mais ainda, veja a moda em destaque ma midia e os cursos tecnicos e superior de moda, gozação sempre haverá, torcemos para que sejam leves, mas creio que seja melhor não batizar essas agressões morais que muitas vezes levam a casos fatais, para mim nem bullying, nem bulição, nem gozação, parabéns pelo tema Estan.

Enviado por Estanislau Rybczynski - [email protected]
Publicado em 19/11/2014

Também concordo Neide, além do mais o Bullying, não é nada mais nada menos que o velho preconceito.

Que sempre existiu.

Mas de uma forma ou de outra, nossa geração soube lidar com ele.

Creio que as novas gerações não aprenderam lidar com as diferenças pois cada vez mais as pessoas se isolam e preferem não conviver fisicamente, só virtualmente.

Enviado por Julia Poggetti Fernandes Gil - [email protected]
Publicado em 18/11/2014

Neide, qualquer tipo de provocação ou preconceito é reprovável, aluno tem mais é que estudar a respeitar os colegas, estou com você, temos que eliminar a palavra "bullying", bulição fica melhor, parabéns pelo texto.

Enviado por Nelinho - [email protected]
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