Leia as Histórias
História publicada em 09/03/2015
Dizem que a língua é o chicote do corpo.
Deve ser verdade!
Minha primeira infância teve como palco a região da Vila Prudente: Vila Bela, Vila Paulina, São Lucas e Vila Em... Depois da padaria Amália, onde nem taxista chegava, pois era “o fim de São Paulo”.
Era um fim de mundo descampado que mal se conhecia...
Depois morei na zona Norte: Santana, Mandaqui, Tucuruvi e Santa Terezinha.
Nessa época tive dois amigos na zona Leste.
O Lucas morava na Cohab II, próximo onde hoje passa a Avenida Jacú-Pêssego. Em 82, quando fui à sua casa, levei quase duas horas de ônibus pela Celso Garcia, Penha e Avenida Itaquera...
Quando perguntei ao motorista se aquele mar de prédios era a Cohab II (José Bonifácio) ele respondeu:
- Calma aqui é a Cohab I (Artur Alvim). José Bonifácio ainda tem muito chão...
Fiquei muito brabo e no íntimo praguejei pela distância do lugar.
O outro amigo da zona Leste era o Antônio, que morava em São Mateus, no ponto final do elétrico.
Mais 700 horas de viagem.
Fiquei muito brabo de novo e lógico, no íntimo, praguejei a distância novamente.
Os anos passam a vida corre e toma rumos inesperados.
Passei grande tempo da vida tentando comprar uma casa própria para minha mãe e meus irmãos (isso fica para outra história).
De repente, do nada estava trabalhando numa associação militar, que estava num convênio com a CDHU fazendo apartamentos para seus associados.
E seus funcionários civis também ganharam o direito de obter um apartamento.
Viva!
Peguei o meu!
20km depois da Padaria Amália, 10 km depois do ponto final do elétrico de São Mateus, 9 km depois de José Bonifácio...
Enfim, no “finzão de São Paulo”: Cidade Tiradentes.
E, estou muito bem e feliz aqui. Mas não dá para esquecer a língua ferina e o praguejamento íntimo.
Acho que o "destino" fez questão de me dar aulas. E eu precisava.
Pelo menos, tenho uma grande vantagem: em quase nenhum outro lugar de São Paulo tem tanto verde e natureza!
Uma benção!
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Publicado em 18/03/2015
O mais importante é que você está muito bem e feliz. O resto, é o resto. Só isso.
Enviado por Marcos Aurélio Loureiro - [email protected]
Publicado em 12/03/2015
Jorge, o importante mesmo é darmos valor a todas as coisas e a todas as experiências. Parabéns. Um abraço.
Enviado por Vera Moratta - [email protected]
Publicado em 09/03/2015
Jorge, felizmente você conseguiu realizar o seu sonho mesmo sendo um pouco longe porém mais perto da natureza, parabéns pelo texto.
Enviado por Nelinho - [email protected]
Publicado em 09/03/2015
Assim é que é gostoso, Jota, peregrinando por vários lugares vc experimenta sabores diferentes dos licores que a vida ou o destino te presentearam. O buquê que resulta disso é a fuga da monotonia, dando mais alegria do que triteza. Parabéns, Jota.
Modesto
Enviado por Modesto Laruccia - [email protected]
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