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Categoria - Personagens Largo do Arroz - Água Rasa Autor(a): Vie - Conheça esse autor
História publicada em 11/11/2014
Meu avô Manuel Bernardo, português da Província de Trás-os-Montes, chegou ao Brasil por volta de 1915 e veio morar no bairro da Água Rasa.
 
Em Portugal, era jornaleiro e aqui no Brasil, como um batalhador incansável, adquiriu uma carroça e um burro e começou a vender verduras e legumes de porta em porta.
 
Contrariando as piadas sobre portugueses, rapidamente expandiu suas atividades comerciais e passou a comprar em grande quantidade dos Chacareiros do bairro e a mandar direto para o Porto de Santos, onde a mercadoria era despachada para o Rio de Janeiro e distribuída aos comerciantes da capital da república.
 
Em meados da década de 1920, abriu sua venda de secos e molhados na Av. Álvaro Ramos (Casa Arros), esquina com a Rua Serra de Jaire, tornando-se um comerciante que junto com outros imigrantes portugueses deram início ao progresso do Bairro.
 
Além do Cine Vitória, que todos os moradores dos bairros limítrofes vinham para suas sessões noturnas e a famosa matinê aos domingos, sempre apresentando lançamento de filmes, os famosos seriados da época e os artistas da Caravana do Perú que fala (Silvio Santos).
 
O bairro da Água Rasa tinha também o tradicional "Ganha Pouco", que entregava com carroças as compras de alimentos dos moradores da Vila Formosa, Vila Diva, Vila Carrão, Sapopemba e Jardim Santa Adélia.
 
Tivemos também no bairro a famosa Casa Manilha, no comecinho da Av. Regente Feijó, em que o dono era o Silvio Santos da época.
 
Nossos pais iam pagando um pouco por mês, de Janeiro a Dezembro, e na época do Natal estava garantido o presente do Papai Noel. Era também onde todos no bairro compravam seu material escolar.
 
Meu avô teve a Casa Arros até 1959. A partir da década de 60, no mesmo local, e tem até hoje, abriu um bar e restaurante.
 
Em sua memória, o largo que fica no quadrilátero da Av. Álvaro Ramos, Rua Demétrio Ribeiro, Rua Marechal Barbacena e Rua Serra de Jairé, leva o nome de Largo do Arroz.
 
Por favor, não estranhem a ortografia Casa Arros, pois na época, Arroz se escrevia Arros, com "s" no final.
 
Conhecido no bairro como Sr. Arroz, pelo nome do seu comércio e também pelo enorme saco de arroz que ficava na porta do seu estabelecimento, desde os anos 70 até seu falecimento, em 1984, passou a ser chamado de Velho Arroz.
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Publicado em 16/11/2014

Linda homenagem ao seu avô. Mais uma história da saga desse e de tantos outros que vieram para o Brasil e ajudaram no crescimento de nossa bela cidade.

Enviado por Julia Poggetti Fernandes Gil - [email protected]
Publicado em 14/11/2014

Bela descrição de uma vitória sobre as dificuldades em ter um comércio seu e sem desfalecimentos, pregando um exemplo de dignidade e trabalho árduo e incansável pelo bem da família. Parabéns, Vie.

Modesto

Enviado por Modesto Laruccia - [email protected]
Publicado em 12/11/2014

Vie, mais uma história de sucesso de uma pessoa oriunda de Portugal que atravéz de seu trabalho conseguiu sucesso, parabéns pela homenagem ao Snr. Arroz.

Enviado por Nelinho - [email protected]
Publicado em 12/11/2014

Bela história e bonita homenagem

Enviado por Almir . - [email protected]
Publicado em 12/11/2014

Vie, muito boa e justa essa homenagem desse local, isso é memória de um bairro, parabéns, Estan.

Enviado por Estanislau Rybczynski - [email protected]
Publicado em 12/11/2014

Linda homenagem prestada ao seu avô.Todos os imigrantes desta época e de algumas décadas depois, foram incansáveis na luta diária pela sobrevivência e venceram...Criaram seus filhos apenas com seus esfôrços e enfrentaram anos e anos de trabalhos árduos debaixo de sol ou chuva para obterem algumas conquistas...PARABÈNS saudoso sr. Manoel Bernardo o senhor deixou exemplos de vida para seus decendentes!!!

Enviado por Walquiria - [email protected]
Publicado em 11/11/2014

Lembro que meu pai e meu avô falavam sobre esta casa.

Acho, até, que meu padrinho, Francesco Perretti, conhecia o Sr. Manuel, pois, como importador de ferragens, vendia seus produtos a todos os comerciantes da região, inclusive Água Rasa.

Enviado por Pedro Nastri - [email protected]
Publicado em 11/11/2014

Waldevir, parabéns por mais uma história e foto.

Aproveito a oportunidade para agradecer as informações, fotos e os detalhes do bairro da Água Rasa, que conheço bem.

Excelente trabalho de pesquisa e dedicação que pode ser visto no site Boleiros da Água Rasa.

Felicidades.

Niderce Teresa

Enviado por Niderce Teresa Martins - [email protected]
Publicado em 11/11/2014

Caro Vie, conheci demais o largo do Arroz, morava no tatuape perto da praça silvio romero, mas sempre ia por esses lados, cine vitoria, bailinhos de garagem, etc..até casei na igreja de NS Lourdes quando ainda estava em construção (1965),depois fui morar na rua pantojo, e sempre passava por la a caminho do chopinho no Xavi da fernando falcão....abraço, Beira

Enviado por José Camargo Beira - [email protected]
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