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Categoria - Outras histórias Copa de 1950 Autor(a): Modesto Laruccia - Conheça esse autor
História publicada em 24/07/2014
A Copa de 1950, de triste memória. Não vou recorrer ao que já foi descrito e comentado sobre a mesma. Apenas sob a minha quase infantil recordação, com 18 anos - ter 18 anos em 1950, não era o mesmo que ter 18 anos agora. Lembro que fui convidado pelo meu amigo do peito (até sua morte há quatro anos atrás), Francisco Stopa, “Chiquestopa”, a ir ver a final da Copa contra o Uruguai, no recém inaugurado Maracanã.
 
- Vamos, Testi (meu apelido de garoto) - fala o Chico - vai ser muito emocionante, você sabe que apenas com um empate, o Brasil vai se tornar o Campeão Mundial de 1950 e vai ser fácil, ganhar do Uruguai vai ser uma “baba” e nós vamos de ônibus...
 
- Tenho que falar lá em casa, Chico, você sabe que pra mim não é tão fácil, não tenho disponibilidade financeira como você. Trabalho e entrego tudo pra minha mãe, família grande é dose...
 
Não fui. No dia seguinte à derrocada, o Stopa volta inconformado, diz que a torcida culpava e xingava os jogadores de São Paulo, principalmente o goleiro Barbosa que era paulista, mas jogava no Vasco.
 
Bem, na época, logo depois do fim da 2ª guerra mundial (1940-1945), eu já notava, pela imprensa escrita e falada, a desastrosa pressão carioca em sediar a Copa. São Paulo já tinha o melhor, maior e o mais confortável estádio do Brasil, o Pacaembu.  O Rio tinha só o São Januário (do Vasco, naturalmente). Jogadores tínhamos - e ainda temos uma seleção dos melhores craques. Técnicos ótimos, grandes times. Enfim, o melhor estado pra sediar a Copa. Mas nós não tínhamos a política. O governo federal calcificou a construção do Maracanã em seis meses. A seleção? Toda baseada no time do Vasco. O técnico? Flávio Costa, do Vasco. Resultado, Brasil saiu na frente, estava ganhando por 1x0. O Brasil do “já ganhei” cedeu o empate e, em seguida, o famoso gol de Gighia selou, de vez, o resultado.
 
Agora, com a mesma ganância, a mesma ciumeira, a mesma politicagem conseguiram o torneio das Federações, a Copa e as Olimpíadas, deixando São Paulo, a maior cidade da América do Sul, chupando o dedinho. Dando as costas pra população, responsável pelo indiscutível destaque internacional em todos os setores. O carioca esquece que o Brasil é muito grande pra ser capacho de um estado totalmente dominado por.... deixa pra lá.
 
Esperamos que o Felipão não decepcione, mesmo com a final no Rio, que vença o Brasil. De quem é a culpa? Notem os nomes de nossos dirigentes esportistas e políticos. Não existe mais um Paulo Machado de Carvalho, um Feola....
 
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Publicado em 19/08/2014

Caro Sr. Modesto,

Na época da Copa do mundo eu estava com 10 anos completos, e também senti a decepção como todos os amantes do futebol.

A política suja dos cariocas sempre existiu, e foi bem ela que nos fez perder a copa de 1950.

Existe um vídeo tape "Zizinho, o Mestre Ziza, um dos maiores craques da história do Flamengo" onde Zizinho explica que o "Oba Oba" e os políticos fizeram que os jogadores descesse para o Maracanã e não fizeram qualquer tipo de concentração e nem descansaram para o jogo. O Prefeito do Rio de Janeiro então a Capital Federal do Brasil, cobrando a todos jogadores pela construção do estádio, e os políticos em geral querendo tirar vantagens da situação. Então deu no que deu.

A torcida "Carioca" não pode ser culpada, porque existia na S.E.Palmeiras um quadro agradecendo a torcida "Carioca" pelo incentivo na Copa Rio de 1951.

Hoje até as torcidas mudaram, porque durante um "match" entre Palmeiras X Boca Juniors se encontram "brasileiros" vestindo a camisa do Boca Juniors, e o mesmo acontece durante um "match" entre Corinthians X Boca Juniors.

A mudança da CBD a CBF nada mudou e somente piorou.

Abraços desde Juprelle na Bélgica

Ademar

Enviado por AZLerose - [email protected]
Publicado em 29/07/2014

Modesto, a cada dia que passa fico mais desiludido com o nosso futebol, interesses diversos passaram a comandar esse tipo de esporte, já não existem mais aqueles dirigentes realmente dispostos a fazer a coisa funcionar, é uma pena, parabéns pelo texto.

Enviado por Nelinho - [email protected]
Publicado em 27/07/2014

MODESTO A TRAGEDIA PODERIA TER SIDO PIOR PARA TODOS NÓS BRASILEIROS, SE A ARGENTINA TIVESSE GANHO A FINAL DO JOGO CONTRA ALEMANHA, E OLHA, FOI POR POUCO MUITO POUCO MESMO. ACHO QUE NO LUGAR DE TENTARMOS APRENDER A JOGAR BEM COMO A ALEMANHA, POIS JOGAR BEM NÓS JÁ SABEMOS. DEVERÍAMOS TENTAR APRENDER COM OS ARGENTINOS A TERMOS O MESMO ESPIRITO DE LUTA EM CAMPO, POIS SE TIVÉSSEMOS NO JOGO COM A ALEMANHA A MESMA GARRA ARGENTINA, ESSA COPA SERIA NOSSA.

Enviado por Arthur Miranda (Tutu) - [email protected]
Publicado em 25/07/2014

e modesto, o brasil, não tem sorte com copa do mundo aqui em casa.

a decepção, de 1950, continuou ate 2014.

Enviado por João Cláudio Capasso - [email protected]
Publicado em 25/07/2014

É evidente que postei esse texto antes da "tragédia", ainda guardava uma pequena esperança.

Modesto

Enviado por Modesto Laruccia - [email protected]
Publicado em 24/07/2014

Meu querido Modesto, eu percebo o trauma do resultado da Copa de 50 naqueles que viveram a época.O meu pai, os meu tios sempre falaram dela com muita constância e decepção. Acho que o seu texto foi um grande e bonito desabafo. Parabéns pelas memórias, como sempre, primorosamente escritas. Um abraço.

Enviado por Vera Moratta - [email protected]
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