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Categoria - Nossos bairros, nossas vidas Uma história de amor – Parte I Autor(a): João Felix - Conheça esse autor
História publicada em 27/05/2014
Dia 24 de maio, uma data que nos trás memórias de uma grande história de amor, pois foi nesse dia no ano de 1958 que eu e a Lourdes, minha esposa, nos unimos em matrimônio. Hoje completamos 56 anos de casados.
 
Conheci a Lourdes quando ela tinha apenas nove anos de idade, ela morava perto de minha casa e era uma menina que realmente não aparentava a idade que tinha. Lembro que um dia perguntei ao Rude, um amigo meu que era vizinho dela, como era o nome daquela garota, apontando para ela, e esse meu amigo me chamou a atenção dizendo: está ficando loco? Essa menina só tem nove anos. Fiquei admirado porque ela parecia ter muito mais, 15 talvez 16. 
 
O tempo passou e um dia depois de alguns anos estávamos eu e o Rude em um baile de fundo de quintal muito comum para aquela época, na Rua Carneiro Leão, e ele me disse: lembra daquela menina que você perguntou aquele dia? Olha ela aí, apontando para a Lourdes. Dançamos muito aquela noite.
 
Não demorou muito e começamos a namorar. Até que a mãe dela me parou um dia e me perguntou: você sabe quantos anos tem minha filha? Eu disse: 15 anos! Aliás, foi isso que ela me afirmou que tinha. E ela retrucou: ela só tem 13 anos. E foi assim que tudo aconteceu. Eu era seis anos mais velho que ela e namoramos cinco anos e meio, e quando casamos ela tinha 17 anos. Parece que foi ontem e já se passaram 56 anos. Inacreditável mesmo. Nem tudo foi um mar de rosas nas nossas vidas, mas tudo superado com amor e compreensão. 
 
Temos o filme do nosso casamento, filmado pelo Francisco Silvestre, grande amigo, em 8 mm preto e branco, coisa nada comum para aquela época. Casamos na Matriz do Braz. A festa muito concorrida por sinal, foi no salão do clube do laboratório Fontoura, na Rua Caetano Pinto, donde ela trabalhava.
 
A nossa primeira lua de mel (sim porque nesses 56 anos inúmeras outras se seguiram) foi no litoral norte de São Paulo; embarcamos em um ônibus que saia da Barão do Rio Branco, quase esquina da Duque de Caxias, a empresa tinha qualquer coisa no nome como expresso Caraguatatuba e saímos às 7h da manha. Começamos em Ubatuba, na Praia da Enseada, na casa de um amigo de nossa família. A viagem foi longa demais, mais de 6 horas, o coletivo não tinha nada de expresso, pois depois de descer a serra e parar em Caraguatatuba ela parava em todas as esquinas e essa foi à parte cômica da viagem, pois entrava gente com galinhas, melancias, sacolas de todo o tamanho e só faltaram porcos e cabritos. E mesmo com todos os assentos tomados ele continuava parando.
 
Ficamos alguns dias em Ubatuba e depois fomos para a Ilha Bela e nos hospedamos no único hotel que havia na ilha: o Arco do Triunfo. Só que quando chegamos o pequeno hotel estava lotado e a dona Gaby, que era a dona, nos arrumou um quarto na praça bem atrás do Arco, em uma pensão que ela era a proprietária e isso seria somente por uma noite. O único inconveniente foi que era um quarto com duas camas de solteiro e isso para um casal em lua de mel era impróprio. Imaginem só a gente dormindo em camas separadas. 
 
Então, juntamos as camas e passamos a noite praticamente acordados, pois como o chão era encerado as camas escorregavam e se separavam porque a gente dormia abraçado no meio das camas. A gente caia e foi realmente um sacrifício dormir naquela noite. No dia seguinte tudo se resolveu. Mas de todas as luas de mel que passamos, mesmo sendo a mais pobre, a primeira sempre é a mais lembrada. Da Ilha Bela ainda fomos até São Jose dos Campos depois de uma semana. E lá encontramos com minha família e passamos mais dois dias em Aparecida do Norte, pagar uma promessa, e nos hospedamos em Guaratinguetá.
 
Nossa segunda lua de mel foi em dezembro de 1969 e nós já havíamos imigrado para os USA e viemos passar o Natal no Brasil com a família, só que a Lourdes veio com as crianças um mês antes e quando cheguei ao Rio de Janeiro, pois naquela época o Galeão era o aeroporto de chegada de todos os voos internacionais, liguei para que ela pegasse a ponte aérea e viesse encontrar comigo no Rio. Essa foi também uma maravilhosa viagem. Passamos lá uma semana. Corcovado, Pão de Açúcar, Paquetá, Copacabana, Ipanema, Jardim Botânico, enfim, as belezas naturais de parte de nossa querida terra. Já tínhamos 11 anos de matrimônio e três filhos o mais velho com já com dez anos.
 
Aguardem a parte 2 da nossa história de amor, e nossas luas de mel, incluindo aí a maravilhosa festa de Bodas de Ouro que nossos filhos nos fizeram, até chegar a estes 56 anos de matrimônio. Acontecimento tão raro nestes dias de hoje. Minha neta já casou três vezes e só tem 27 anos. Até a próxima.
 
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Publicado em 29/05/2014

João - Vivendo e aprendendo - Agora aos 70 anos que estou para completar é que o "Laruccia" nos ensina a colocar os colchões atravessados, evitando de cairmos no chão. É o que acontecia comigo quando ia na casa dos meus sogros na sua chácara - Risos - Mas ele tem toda a razão né, porque cabeça foi feita para pensar. Bonita história de vida. Estou em contato com o pessoal da Aeronáutica para ver como anda a Barreira do Inferno, se já tem algum Foguete para Marte. Bem já temos eu você e sua esposa e o Laruccia. Quem sabe aparece mais algum passageiro, e você como um bom taxista que foi pode até freta-lo para nós. Agora nada de taxímetro, ao não ser que a bandeirada seja cobrada em anos luz - Forte abraço alvinegro ...

Enviado por José Aureliano Oliveira - [email protected]
Publicado em 28/05/2014

Que linda historia de amor!Meus parabens.

Enviado por Benedita Alves dos Anjos - [email protected]
Publicado em 28/05/2014

Johnni, my brother, you are... pô, mas por que vou me meter a falar inglês se nem o português domino?

João, (viva o Corinthians, esta é a senha da PAZ),antes de tudo, muitas felicidades ao casal da Caetano Pinto, que um dia resolveram enfrentar o desconhecido, vencendo barreiras e dificuldades sem conta, numa gloriosa, ate aqui e pra todo o sempre, aventura em nome de um progresso familiar, sob a benção de Deus.

Quando eu digo "João, meu irmão, tardio mas, meu irmão", é porque tivemos algumas quase coincidências, nascemos no mesmo bairro, temos um ano e alguns meses de diferença; vc casou em 1958, está fazendo 56 anos, eu, em 1957, 57 anos, vc na igreja do Braz, onde fiz a minha primeira comunhão; eu em 1957, na igreja de São Vito; sua "honey moon" foi no litoral, a minha, também, (não tão rica como a sua, se vc tiver curiosidade, leia a minha "Lua de Mel(da), até hoje me divirto). João, pergunte a sua esposa, dna. Lourdes, se ela, trabalhando na Fontoura, na Caetano Pinto, conheceu minha querida e já falecida irmã Joana Laruccia, teria, na época, 17 ou 18 anos, agora, se viva, estaria com 76. Com relação a noite de nupcias, com duas camas, o que vc deveria fazer era só virar os dois colchões, atravessando as duas camas (ce entendeu, né?)jogando um cobertor em cima, as duas nunca iriam escorregar de lado. Assim, ó: # ( as verticais seriam as camas e as horizontais, os colchões, coloque os colchões em cima das camas, nesta posição e largava a braza... (naquele tempo...rsrsrsr)

Felix desculpe a brincadeira (pra mim, é o que resta!), vamos aguardar a segunda parte com muita ansiedade. Parabéns a vc e a dna. Lourdes, tchau, fratelo mio.

Laruccia

Enviado por Modesto Laruccia - [email protected]
Publicado em 28/05/2014

Felix, só o verdadeiro amor resiste a tento tempo de união, eu também estou próximo disso (se Deus permitir), parabéns pela data e pelo texto.

Enviado por Nelinho - [email protected]
Publicado em 27/05/2014

João, quando você se casou eu estava com apenas dois dias de vida. E como fico feliz com o nosso contato virtual, com a partilha de conhecimentos e de emoções. Só me resta dar os mais efusivos parabéns ao belo casal. Vida longa, com união, harmonia, tranquilidade e, sempre, esperança em dias melhores. A família certamente é linda e fico muito contente em conhecer parte da sua história. Recebam o meu abraço, cheio de carinho.

Enviado por Vera Moratta - [email protected]
Publicado em 27/05/2014

Felix, bela história de superação, amor, coisas raras nos dias de hoje, parabéns, estan.

Enviado por Estanislau Rybczynski - [email protected]
Publicado em 27/05/2014

Que coisa linda João, parece um conto de fadas, Maravilha, parabéns.

Enviado por Arthur Miranda (Tutu) - [email protected]
Publicado em 27/05/2014

Querido João,vamos combinar que os casamentos duravam porque cada um cumpria o seu papel.O homem trabalhava e a mulher ficava em casa cuidando de tudo e dando ao marido o prato feito, a roupa lavada,a casa limpa e as centenas de noites acordadas cuidando do filho doente etc...etc...Não tinha noite, sábado domingo e nem feriado...Hoje as mulheres continuam trabalhando fora de casa e querem dividir as tarefas com os maridos que nunca lavaram um copo siquer e estranham o pedido.Aí começam as desavensas e elas pioram com a mulher chegando mais tarde que ele,etc...etc...Sem contar que a maioria das mulheres 80% perderam o campo de trabalho e aguentavam tudo pois não tinham mais como recomeçar com os filhos pequenos e assim elas ficavam no casamento amargas e tristes mais ficavam...Minhas duas filhas estão no 2ºcasamento e dou a maior força para elas serem feliz.Eu me separei fazem 12 anos, tinha 32 anos de casada e cinco filhos, me dou muito bem com meu ex: marido(inclusive trabalho com ele)mas posso lhe garantir que depois de muitas amarguras hoje sou uma mulher extremamente feliz!!!

Enviado por Walquiria - [email protected]
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