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Categoria - Paisagens e lugares O campo de futebol, a Comunidade Erundina e o deslizamento de terra Autor(a): Carlos Fatorelli - Conheça esse autor
História publicada em 06/05/2014
Em 2 de maio de 2014, na mídia escrita e televisiva, foi exposto que a área da favela Erundina, no Jardim Ibirapuera, região do Distrito do Jardim São Luiz, tinha sofrido “um princípio de deslizamento de terra” e que a Defesa Civil houve por bem interditar duzentas casas que correm riscos iminentes, pois apresentaram rachaduras em suas estruturas.
 
O local citado fez parte da sede do “Clube Desportivo Municipal do Jardim São Luiz”, assim denominado quando de sua inauguração em 1976, e deste modo registrado nos estatutos, onde havia quadra de futebol de salão, sala de jogos, vestiários, parque infantil, enfim, uma gama de incentivos para a prática lúdica dos moradores.
 
Este local foi referência do futebol de várzea na região ganhando até o nome de Praça de Esporte Geraldo Fraga de Oliveira, em homenagem ao grande incentivador do futebol na região.
 
No ano de 1987, repercutiu a notícia que a Praça de Esportes do Jardim São Luiz tinha tido um abalo (sísmico) e destruído toda a parte da estrutura da sede deste centro desportivo. Foi um alvoroço imediato e muitos se dirigiram ao local. De fato o estrago tinha sido grande, a quadra de futebol de salão (e vôlei) estava levantada do solo mais de um metro de altura e o cimentado estava todo rachado, as outras dependências tinham também sofrido com o abalo e parte do telhado tinha caído. Era tudo uma desolação, parecia que o local tinha sofrido algum ataque de guerra, pois o “bombardeio” era grande.
 
Vieram, depois de certo tempo, alguns técnicos municipais e formularam laudos que determinavam a demolição do pouco que restava, pois não havia condições de recuperação. O local do campo de terra não havia sofrido com a força da natureza e deste modo continuou-se as atividades dos jogos de futebol.
 
Por mais de dois anos tentou-se reerguer o local de lazer, mas sempre havia a recusa das autoridades competentes que mantinham a interdição. No ano de 1989, esta área física foi invadida, cortaram a cerca de arame farpado que circundava o terreno e toda a área foi tomada e começou o processo de construção de moradias, só restando no meio desse espaço o campo de futebol de terra que foi mantido pela Secretaria Municipal e Esportes, como um dos quase trezentos CDCs (Centro da Comunidade) da cidade de São Paulo, que ganhou o benefício de grama sintética em 2008 e uma sede nova foi idealizada em outro local mais seguro próximo à Rua Acédio José Fontanete, Jardim Ibirapuera.
 
Nascia deste modo a Comunidade Erundina que depois de 25 anos repercute novamente o mesmo fenômeno ocorrido antes, só que desta vez há pessoas correndo riscos em suas vidas.
 
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Publicado em 08/05/2014

É, Carlos: problemas que não acabam mais... um abraço.

Enviado por Vera Moratta - [email protected]
Publicado em 06/05/2014

Fatorlli, as invasões que ocorrem em lugares não apropriado só podem trazer problemas para nossa cidade. Bem que os nossos governantes podiam resolver mais rápido o problema da falta de moradia em São Paulo.Parabéns pelo texto, um abraço.

Enviado por Margarida Pedroso Peramezza - [email protected]
Publicado em 06/05/2014

Carlos, quando há risco de vida para as pessoas o melhor é sair de perto e procurar outro lugar, a vida humana tem muito valor, convém pleitear novo local às autoridades municipais, parabéns pelo texto.

Enviado por Nelinho - [email protected]
Publicado em 06/05/2014

pobre povo brasileiro, esses corruptos de políticos,nunca fizeram nada de bom,

Enviado por João Cláudio Capasso - [email protected]
Publicado em 06/05/2014

Interessante capitulo de mais uma narrativa que o Carlos Fatorelli nos presenteia. Nunca tinha ouvido falar (ou, pelo menos não lembro) desse fenômeno que, na época deve ter repercutido muito alem de Sto. Amaro.

Texto primoroso, como já é de hábito na escrita do Fatorelli. Parabéns, Carlos.

Modesto

Enviado por Modesto Laruccia - [email protected]
Publicado em 06/05/2014

Na época frequentava essa praça de esportes e vi o desmoronamento do morro , é um local ingreme e de nascentes, até o campo sofria com a umidade em um dos lados. Como uma prefeitura permite essa invasão num local de iminência de deslizamento, a conta devia ser enviada a Erundina que permitiu isso e foi uma época do auge das invasões, semelhantes as de hoje em dia,coincidencias de partido, parabéns pelo texto documento, Estan.

Enviado por Estanislau Rybczynski - [email protected]
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