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Categoria - Nossos bairros, nossas vidas A iluminação elétrica no Jardim São Luiz Autor(a): Carlos Fatorelli - Conheça esse autor
História publicada em 07/04/2014
Era um “breu só”, à noite não se enxergavam um palmo diante do nariz. Todos os afazeres maiores eram feitos de dia, cuidava-se de tudo com as minúcias do dia a dia, recolhia-se lenha para algum cozer, cosia-se “os trapos” com a luz do dia, preparava a alimentação de maior tempo no fogo brando... Os “mais ricos” tinham cota de fogão a gás. Torciam-se e retorciam-se as roupas corriqueiras, quaravam-nas em algum gramado ou dependurada na cerca que separava animais domésticos, da horta e da residência propriamente dita.
 
À noite “quando vinha caindo” estava preparada para o jantar a “luz de velas”, mais propriamente um candeeiro que enfumaçava um cheiro de querosene Jacaré pelos quatro cantos. Era um misto de penumbra que era somado ao passar o tempo com histórias um tanto tenebrosa que causavam espanto e medo, contadas por um faz de conta transmitida pelos adultos.
 
Claro que o “progresso” um dia chegou e seu Tertuliano, um padeiro renomado de Santo Amaro, dono da Panificadora Brasileira, mudou-se para o Jardim São Luiz e montou a Panificadora São Luiz, trazendo investimento para a redondeza. Ele não iria tocar suas máquinas indústrias no braço, então ele gastou “os tubos”, como se dizia quando o custo era elevado, para implantar a energia elétrica para movimentar todo seu equipamento. O primeiro transformador de energia elétrica parou bem próximo a panificadora e então “surgiu a luz” para os moradores locais. Juntavam-se dois ou três residentes e pagavam um poste de madeira para a Light e assim a linha dos fios de energia começou a se espalhar por toda redondeza. Não havia nem asfalto e nem iluminação de rua, mas já era uma grande coisa chegar à luz elétrica nas residências.
 
E assim “fez-se a luz” no bairro São Luiz!
 
 
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Publicado em 09/04/2014

Ainda bem que chegou a luz elétrica no seu bairro e o progresso. Na minha infância na roça, tinha de fazer tudo de dia, escureceu as galinhas no puleiro e nós á beira do fogão e lampião de querosene.

Certa vez, minha mãe foi pousar na cidade , eu cuidando dos menores, o lampião caiu no colchão pegou fogo, ainda bem que tinha água nos potes , senão...

Mas a vida era boa, tenho saudades.

Enviado por Benedita Alves dos Anjos - [email protected]
Publicado em 08/04/2014

Que ótimo, Carlos. Eu, propriamente, não vivi isso, pois nos anos 50 a iluminação já estava resolvida no Cambuci. Mas o meu pai fazia relatos interessantes como o seu, falando da sua infância o Ipiranga. Gostei muito do seu relato, Carlos. Parabéns, Um abraço.

Enviado por Vera Moratta - [email protected]
Publicado em 08/04/2014

Eu me emocionei com esta sua descrição da dificuldade que era viver de uma forma tão simples e sem luz.Me reportei ao passado e me vi atrás de um lampião de querosene fazendo diferentes figuras com as mãos e meus irmãos tentando advinhar o que era...Sem luz, água de poço mas com muita determinação e trabalho que minha mãe nos educou..

Pagar o poste da light reunindo os moradores da rua para obter a tão sonhada luz elétrica, eu nunca vou esquecer,o quanto foi difícil juntar este dinheiro que era o nosso pão(como dizia minha mãe)para pagar o poste e os fios da rua,apenas para ter acesso a luz.E hoje fico perplexa em ver que o povo exige água luz e moradia...e casas em bairros selecionados com toda infra estrutura,ninguém quer trabalhar duro para ter alguma coisa,tudo para eles tem que cair do céu!!! São mulheres fazendo filhos todo ano apenas para receber o auxilio maternidade e depois despejando nas ruas achando que o governo é que tem que cuidar e homens piores do que vermes abandonado os filhos que colocou no mundo sem um pingo de respeito e caráter.

Enviado por Walquiria - [email protected]
Publicado em 08/04/2014

Fato veridico narrado pelo Carlos,e onde moro também aconteceu o mesmo na divisa do Jd São Luiz com V. das Belezas, havia muita falta de postes, no meu caso, meu pai com mais um vizinho tiveram que comprar da Light, dois postes para que a fiação eletrica chegasse em casa, hoje em dia até inavasão tem energia eletrica, parabéns pelo tema.

Enviado por Estanislau Rybczynski - [email protected]
Publicado em 07/04/2014

Carlos, posso imaginar a alegria dos moradores do bairro com a chegada da luz elétrica, um benefício importante para o progresso do bairro, parabéns pelo texto.

Enviado por Nelinho - [email protected]
Publicado em 07/04/2014

Quando eu ia na casa da minha tia na Ponte Rasa, lembro que a iluminação da casa era com lampião, por esta razão íamos dormir cedo.Logo que escurecia lá vinha ela com o lampião, depois da janta ficávamos mais um pouco brincado no quintal e depois era dormir e esperar que a luz do outro dia viesse para encantar nossas brincadeiras.Um abraço.

Enviado por Margarida Pedroso Peramezza - [email protected]
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