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Memórias de Juju - Vida Escolar
Autor(a): Sonia Maria Zumkeller - Conheça esse autor
História publicada em 07/03/2014
Como já mencionei, minha mãe tem uma memória privilegiada! Adorava estudar e nesse período já morava na Rua Vicente Soares e ia a pé até a Avenida Cruzeiro do Sul/ Santana, para frequentar as aulas do então Grupo Escolar Buenos Aires.
Lembra que os meninos estudavam separados das meninas, inclusive no recreio – separados por um muro no pátio (seu bisneto Carlos Eduardo, quando cursava o 1º ano, fez uma entrevista com ela sobre o seu tempo de escola; ao saber desta separação, estranhou e curioso perguntou quem tomava conta do recreio e, ao responder que era o inspetor, ele perguntou se o mesmo ficava andando em cima do muro para vigiar os alunos...).
As carteiras de madeira (os alunos sentavam em duplas) tinham um depósito para tinta (o servente passava abastecendo o mesmo), pois quase toda a matéria era copiada da lousa e utilizava-se caneta bico de pena.
Certa ocasião, vinha ela atrasada para a escola e caiu na calçada da Rua Voluntários da Pátria (disse-me que eram pedras grandes e que a rua tinha paralelepípedos), o que ocasionou um sério machucado no seu joelho esquerdo. Algumas pessoas prestaram socorro e a levaram para uma farmácia localizada na Rua Dr. César (Dr. Lobo?). Como não gostava de faltar, foi assim mesmo para a escola, mas, lá chegando, o portão já estava fechado e o inspetor não queria deixá-la entrar... Mas o mesmo cedeu diante da insistência e justificativa.
Mas o mais triste de tudo, segundo ela, não foi só a dor do machucado; ela havia ganhado de seu cunhado Durval uma maleta de madeira que ficou destruída quando levou o tombo - tem a cicatriz no joelho para provar o fato.
Lembra-se do nome de cada uma das suas professoras e o jeitinho peculiar delas, principalmente o modo como se vestiam: sempre de saia, casaquinho, blusas claras com bordados, babados e rendas e meia de seda com sapatinho de salto.
Mesmo passado mais de oitenta anos ela cita cada uma delas: no 1º ano professora Antonieta (baixa e gordinha); no 2º ano professora Albertina (alta, robusta, também sempre vestida de preto e morava na Rua Voluntários da Pátria, na altura Rua Francisca Júlia, cujo irmão, professor Jorge, era diretor da Escola Prudente de Moraes, que localizava-se na Rua Voluntários da Pátria, abaixo do Colégio Santana – um casarão antigo); nos 3º e 4º anos professora Clementina (sua vestimenta também era sóbria e usava o cabelo preso arrematado com um birote e ela morava no começo da Rua Olavo Egídio). Gostava muito de todas elas e até das substitutas (professora Josephina, que era filha do açougueiro da Rua Alfredo Pujol/ Rua Voluntários da Pátria).
Doces lembranças...
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Publicado em 09/03/2014
Sonia, sua mamãe tem a memoria muito boa por lembrar de tantos detalhes. Parabéns a ela e a você que retrata esta linda historia.Um abraço.
Enviado por Margarida Pedroso Peramezza - [email protected]
Publicado em 08/03/2014
Linda transcrição de trechos da soberba memória de sua mãe, Sonia. Ruas, escolas bem conhecidas de Santana, o querido bairro de tantas reminiscências. Parabéns, Zumkeller.
Modesto
Enviado por Modesto Laruccia - [email protected]
Publicado em 07/03/2014
Dona Juju qual foi o time Campeão do Quarto Centenário de Sampa ? Abraços ...
Enviado por José Aureliano Oliveira - [email protected]
Publicado em 07/03/2014
Uma memória tão privilegiada poderia contribuir para registrar a memória local em algo perpetuado às futuras gerações. Parabéns pelo relato.
Enviado por Carlos Fatorelli - [email protected]
Publicado em 07/03/2014
Que gostoso ler um texto assim.
Doces lembranças mesmo.
Abraço
Enviado por Benedita Alves dos Anjos - [email protected]
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