Leia as Histórias
Darci meu amigo de infância sempre foi um cara alegre, simpático e muito gozador, estudamos na mesma escola, na Freguesia do Ó, e jogamos no mesmo time do bairro, o Paulistinha.
Darci era um ótimo zagueiro, e possuía uma canhota respeitável, daquelas de apavorar a barreira do time adversário.
Ao terminar o ginasial, Darci ingressou na Escola Comercial Álvares Penteado no Largo São Francisco, e ali se formou em contabilidade, ao mesmo tempo em que trabalhava como office boy no, hoje extinto e saudoso, Banco Mercantil de São Paulo, em 1958 por insistência do mesmo, eu tornei-me um cliente desse Banco, quando o meu amigo já trabalhava na função de caixa.
Em 1965 ele já como gerente de uma filial do Banco e eu como artista de teatro e cliente do Banco, estávamos constantemente nos encontrando no próprio Banco ou em algum restaurante, almoçando e batendo nossos papos sempre recheados de piadas e muitas gozações.
Lembro-me que uma vez eu entrei no Banco, e ele estava ao lado do caixa e eu maliciosamente e em voz alta perguntei:
- “Darci, por favor, você pode dar uma olhada no meu saldo, que eu quero ver seu saco.”
Foi uma risada só, no recinto do banco inteiro.
E às vezes era ele quem fazia as piadas.
Uma vez eu entrei no Banco, ele estava ajudando o caixa que contava uma quantidade enorme de notas de mil, aquelas do Cabral ainda, e eu brincando perguntei da fila do guichê do caixa onde eu estava.
- “Nossa Darci! Quanto dinheiro! O que é que você vai fazer com tudo isso?”
E ele então sonoramente falou:
- “Isso não é da sua conta.”
No dia 18 de setembro de 2012, fiquei sabendo que ele morreu.
E então escrevi estes versos:
“Bateu-me uma grande saudade
Daquela velha amizade
Daquela nossa mocidade
Que com o passar dos anos
Aos poucos envelheceu.
Você se foi para a eternidade
Um dia parto também eu
E se te encontrar no além.
Se me impedirem, eu até brigo.
E de peito aberto eu te digo
Quero com muita alegria
Voltar a ser teu amigo.”
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Arthur parabens pela homenagem ao seu querido amigo Darci que com certeza esta num lugar donde um dia estaremos todos nos , pois ele la de cima deve estar dizendo : "Arthur o que tu es eu ja fui , e o que eu sou tu seras algum dia " dessa ninguem escapa mas cedo ou mais tarde esse sera nosso destino. Saudades e o que nos resta sentir . Abracos Felix
Enviado por João Felix - [email protected]Que linda homenagem!
Muito bonita a poesia, como sempre arrasando na rima.
Enviado por Bene - [email protected]Que linda poesia!
É verdade, de uma maneira ou de outra os amigos um dia se vão...
Enviado por Bene - [email protected]Arthur, como é complicada a partida de uma pessoa tão especial. Sinto verdadeiramente por isso. Mas ainda bem que os bons momentos ficaram e - não tem jeito - vocês vão se encontrar e rir muito, com um lindo brilho no olhar. E você fez muitíssimo bem em imortalizar o amigo. Um grande abraço, meu querido.
Enviado por Vera Moratta - [email protected]Bela homenagem, Arthur, a seu amigo da pitoresca Freguesia.
Abraços.
Enviado por Luiz Simões Saidenberg - [email protected]Simplesmente lindo!
Amizade eterna.
Enviado por Julia Poggetti Fernandes Gil - [email protected]Arthur, parabéns pela homenagem ao seu amigo Darci. Que ele encontre a paz. Um abraço.
Enviado por Margarida Pedroso Peramezza - [email protected]Linda homenagem Tutu, foi escrita, acredito, com as tintas do coração.
Enviado por Miguel S. G. Chammas - [email protected]SAUDADES, e uma palavra muito triste,eu também lembro dos amigos que morreram, e fico com um pouco de depressão.
como o tempo passa depressa de mais.
parece que foi ontem que eu fiz 18 anos,
mas bola para frente,a vida continua.
PARABENS PELO TEXTO.
Enviado por João Cláudio Capasso - [email protected]Arthur, emcionante a homenagem a um amigo, tenho caso parecido com o seu relato, parabéns pela atitude, Estan
Enviado por Estanislau Rybczynski - [email protected]