Leia as Histórias
Ao completar seis anos de idade em 1957, minha querida e saudosa mãezinha me matriculou em uma escola que ficava longe de casa. Morava na Vila Leonor, Rua Berchior de Ordas, esquina com Rua Cachoeira do Arari e a escola ficava localizada no alto de Vila Maria, precisamente atrás da Praça do Balão do Bonde, era assim que se conhecia hoje a Praça Cosmorama. A escola foi construída em madeira, em cima de pequenos pilares feitos de concreto e pintada na cor verde. Em cada sala de aula havia uma carteira escolar com tinteiro para cada aluno. Uma sala para meninos e outra para meninas.
Nos primeiros dias de aula eu era acompanhado pelo meu irmão mais velho, que me deixava na escola e ia para o trabalho de bonde. Para voltar, vinha sozinho. Naquela época podia se dar ao luxo de andar sozinho sem medo. Para os alunos de baixa renda e que estivesse matriculado na "Caixa" era fornecido um lanche, pão doce quentinho com cobertura de creme e para isso deveríamos estender um guardanapo de pano na carteira para facilitar ao serviçal a entrega. Eu não era matriculado, apesar de ser de família pobre e sabendo disso levava um guardanapo para poder saborear apetitosamente aquele doce. Como a quantidade servida era contada e no final faltava para outra criança deixei de fazê-lo.
Uma vez a professora teve que se ausentar da aula recomendando silêncio. Solicitou a um aluno que anotasse na lousa o nome de quem não obedecesse. Fiquei então em minha carteira soprando um lápis que corria para cima e descia até eu soprar novamente, por um bom tempo. Após a volta de professora, vi que meu nome constava no quadro-negro e imediatamente, para me castigar, me pegou pela orelha (naquela época se fazia isso e ainda levava reguada na cabeça) e me levou a sala das meninas e disse que ia tirar minhas calças na frente delas. Fique vermelho de vergonha e tremendo de medo, quase chorando. Levou-me de volta e não fez o que prometeu, ainda bem, mas o estrago já estava feito. Depois desse episódio, deixei de ir a escola e disse para minha mãe que a escola mudou. Ela pediu ao meu irmão para confirmar a história que lhe contei e realmente tinha mudado, mas de sala e horário. Então me matriculou em uma escola igual àquela na mesma rua de casa.
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recordo das minhas inesquecíveis professoras do primário,que só me deixaram marcas de carinho e
afeição.Minha escola também era de madeira eu era da caixa escolar e até hoje sinto o cheiro daquele leite com chocolate morno servido nas canequinhas... Enviado por walquiria rocha machado - [email protected]