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No início da década 60, meu pai levou eu e meu irmão na Rua Butantã, em Pinheiros, mais precisamente em uma loja chamada "Três Leões", que era forte e vendia eletrodomésticos. Depois de muita luta, finalmente meu pai reuniu condições de comprar uma televisão. E a escolha foi pela marca G.E. - General Eletric, modelo Decorama, de 20 ou 21 polegadas. Depois de 15 dias da compra, a TV chegou em nossa casa no bairro do Caxingui. E passamos a assistir de tudo, com destaque para o programa do J. Silvestre, que era líder absoluto de audiência. Desenhos animados, principalmente os do Pica-pau, humorísticos, repórter Esso; a grande novidade da época que eram os videoteipes futebolísticos dos jogos que não eram televisionados.
Lassie, Rim Tim Tim, o programa Pullman Junior, a propaganda da 477, o filme "Fugitivo" com David Jansen era o grande destaque e tinha 100% de audiência no Brasil. Enfim, possuir um aparelho de TV em casa era privilégio e meu pai, repito e sem demagogia, homem simples, conseguiu dar aqueles momentos para todos nós. Com relação aos humorísticos, havia um programa chamado "Teve se te agrada", e entre as dançarinas do mesmo havia uma chamada Sonia Lancelotti, a qual, se vivesse nos dias atuais, seria a número 1 do Brasil, tão bonita que era. Sempre assistia a tal morena no programa citado.
Certo dia, passados alguns meses após a compra da TV, já acostumados com a mesma, meu grande pai chamou-me à cozinha onde ele lia o jornal "Última Hora" e disse-me (lembro-me como se fosse hoje) que aquela moça que trabalhava no “Teve se te agrada”, chamada Sonia Lancelotti, havia falecido em um acidente automobilístico aqui em São Paulo, ela que era do Rio, na noite anterior ao Natal não sei se foi em 1961 ou 1962. Ouvi aquilo do meu pai e esqueci... Ocorre que não conversei nunca sobre tal notícia, mas a notícia, as circunstâncias do acidente, aguçaram minha curiosidade e até hoje fico a me questionar sobre os detalhes do acidente que ceifou a vida de forma prematura daquela mulher.
Esta artista havia trabalhado com Dercy Gonçalves no filme "Cala a boca Etelvina", rodado em 1959, que ainda é encontrável no mercado. O fato, senhores, é que até hoje anseio por saber como foi o acidente, onde foi, cheguei até a assistir ao filme citado, mas vincular ela do filme com aquela do programa televisão foi impossível. Afinal, vi a mesma quando tinha 11 ou 12 anos de idade, e só sei que ela impressionava a todos quando aparecida na TV. O nome dela era Sonia Lancelotti e no filme da Dercy, no qual ela trabalhou, fazia o papel de sobrinha da Dercy, e apareceu no tal filme por poucos minutos.
Sempre rezo, não sei por que, pela tal atriz que marcou meu crescimento a ponto de eu querer saber até hoje detalhes do fatídico. Acho que somente os familiares dela no Rio é que conhecem os detalhes, mas tudo bem, deixa para lá, o que importa é que alguém aqui na terra, além dos familiares dela, sempre rezou por ela. Ela seria parada para Viviane Araujo na melhor forma dela. Sonia era morena e tinha grande futuro, porém ficou desconhecida porque sua carreira foi interrompida pelo acidente. Que fiquem todos com Deus e viva o São Paulo F.C.
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Modesto Enviado por Modesto Laruccia - [email protected]