Leia as Histórias
Estou sentado no sofá da minha casa, na Praia Grande, sozinho, pois a Sonia está trabalhando em Rio Claro e não tinha como voltar. Meu computador está quieto na minha frente, mas não tenho vontade de usá-lo, não me ocorre nenhuma ideia para desenvolver um novo texto.
Termino de tomar o ultimo gole da cerveja que havia aberto para comemorar meu “niver” e olho ao redor buscando alguma coisa para prender a minha atenção sem ser a TV, que está sempre a me fazer companhia. Nada acontece.
Olho novamente para o computador e trago-o para mais perto. Começo a dar trabalho à minha memória.
Depois de muitos anos registrando memórias acho que esgotei as minhas reservas, mas não desisto, procuro saber se sobrou alguma coisa, então lembro que: Sobrou a lembrança do lugar onde nasci, a Maternidade São Paulo, e que hoje não existe mais; Sobrou a lembrança da velha casa da Rua Augusta onde vivi minha infância; Sobrou a lembrança dos tios e primos que comigo moravam; Sobrou a lembrança da Escola Santa Monica, onde aprendi minhas lições do curso primário, minhas aulas de religião, minhas brincadeiras no recreio. Forço um pouco mais e me lembro: Sobrou minha vida juvenil também ali na Rua Augusta; Sobrou lembrança do Grupo Escolar São Paulo, do Colégio Frederico Ozanam, da fanfarra, dos amigos da juventude, dos bailinhos dançados ao som de "Pick-up e Sus Negritos"...
Sobrou, ainda, minha vida boêmia, meus salões de baile, minhas gafieiras, minhas diversas namoradas; Sobrou a lembrança de alguns anos bons de meu casamento e de muitos anos ruins desse mesmo casamento; Sobrou a lembrança boa do nascimento de meus filhos, inclusive, a chegada sem prévio aviso do meu filho Alfredo; Sobrou a é lembrança da entrada em minha vida da mulher que hoje, minha companheira, amiga, enfermeira, enfim, é o amor que sempre esperei e um dia ganhei.
Então pude dar uma súbita parada de meus pensamentos e, em um ato de verdadeira contrição, concordar que depois de todas essas sobras de lembranças fui, sou e serei um homem rico e feliz.
Agradeço a Deus pela memória que me concedeu e pela vida que me permitiu viver.
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Um abraço. Enviado por vilton giglio - [email protected]
Alexandre Enviado por alexandre ronan da silva - [email protected]
Curta e cultive as suas lembranças, suas memórias pois tem ainda muita coisa para nos contar e encantar! Abraço Célia Enviado por Regina Célia de Carvalho Simonato - [email protected]