Leia as Histórias
No dia 01/02/1974, uma sexta feira, a manhã aparentava que iria ser bonita, e como fazia todos os dias, por volta das 07:20 horas, saí de casa e estava me dirigindo para o local do meu trabalho, um escritório que ficava na rua Genebra número 17, Bela Vista, aonde existe até hoje um prédio de apenas dois andares, que fica na esquina da rua Santo Amaro, eu era na época auxiliar de escritório. Depois de abrir as janelas e arrumar alguns papéis na minha mesa, resolvi descer até um barzinho que ficava debaixo da minha sala para tomar um cafezinho, como era meu costume. Conversando com algumas pessoas que estavam ali falávamos de coisas banais, quando entrou um rapaz ofegante e falou: Olhem pessoal, aquele prédio esta pegando fogo -, então olhamos e não vimos nada e ele dizia: - olhem bem, vejam o reflexo do prédio da avenida 9 de julho -. Sim, todos nós quatro ou cinco pessoas que estavam ali, vimos o início do que seria marcado como um dos piores dias de São Paulo, o incêndio do edifício Joelma. Retornei correndo para o escritório e quando cheguei vi pela janela que o lado que fica para a Praça das Bandeiras, já estava começando sair fumaça. As pessoas que passavam pelas ruas Genebra e Santo Amaro começaram a notar e parar para ver, e logo em seguida comecei a escutar as sirenes da polícia e dos bombeiros, logo em seguida chegou meu chefe na época o saudoso Mauro Costa que foi vereador e irmão do também falecido Pedro Geraldo Costa. Ficamos ali assistindo esta tragédia que acontecia, juntamente com outras pessoas que ali trabalhavam e que vinham até nosso escritório, para terem uma visão completa, já que a sala era o primeiro andar. Minha adrenalina corria a mil, minhas pernas bambeavam, minha boca ficava seca, eu estava vendo uma coisa que não era ficção e que nos meus 21 anos vi cenas feias como pessoas se jogando, era horror puro. Foi quando, algumas horas depois, apareceu um rapaz, com uma maquina fotográfica com aquela tele objetiva enorme, era um alemão e se identificou ao meu patrão, dizendo que era fotógrafo da revista Stern e se podia tirar algumas fotos, claro que houve o consentimento. Após algumas horas, chegando quase a hora do almoço, ninguém sentiu fome naquele dia, todos estávamos tensos, chocados e frustrados, por não podermos fazer nada para ajudar. Depois do incêndio, por volta das 16:00 horas, eu não olhava mais para o prédio, tudo estava acabado, apenas restava aquela imagem negra e fumaça saindo. Como ninguém conseguiu trabalhar naquele dia, fechei o escritório e fui para casa e me lembro que fiquei caminhando pelas ruas do centro e claro o que o assunto não poderia ser outro. Hoje, passados 34 anos deste fato, ainda observo as pessoas da minha idade, passarem perto do Joelma e olharem para cima e eu, não sei porque, também faço o mesmo. Leitor assíduo deste site, gostaria de estar descrevendo coisas bonitas e que fazem bem, mas na vida temos de conviver com o belo e o feio, e já que estamos sempre falando de Sampa, isto também faz parte de sua história.
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epocaaaa quqando o de vido problema de ter uma familia com problemas mentaissss/? Enviado por stephany cristina - [email protected]
Isto nunca saiu de minha mente. Minha madrinha trabalhava lá perto e viu de perto a dor e desepero das pessoas que estavam em baixo esperando que seus familiares e amigos pudessem sair dali com vida e das pessoas no topo que clamavam por ajuda, e muitos não aguentaram e se jogaram, se lançando ao ar para livrarem-se das chamas impiedosas.
Meus pais nos levaram ao prédio, dias após o incêndio, era uma imagem deprimente, ver aquele edifíco todo preto chamuscado pelas chamas e ainda sentir o cheiro de coisas queimadas. Durante muito tempo passávamos pelo centro e era inevitável deixar de olhar para aquela cena triste e sombria.
Li todos livros e comentários que saíram sobre esta tragédia e vi o filme "Joelma 23º Andar".
Toda esta paranormalidade que ronda o Edifício hoje, me fascina e já estive na porta do atual "Edifício das Bandeiras", mas não entrei.
Os mitos e histórias são muitos, que rondam este lugar.
Hoje moro em Minas Gerais, mas sempre que vou a São Paulo, adoro visitar o Centro velho e ver o antigo Joelma, quase deserto e todos outros edifícios antigos e abandonados em SP, cidade maravilhosa e que eu amo!! Enviado por Regina Kisner - [email protected]
Na hora do almoço fomos ver de perto a tragédia, e da mesma forma após o expediente retornamos e um fato que me entristeceu muito, mas muito mesmo, é vermos muitos carros estacionados não só dentro do prédio, como também fora, estacionado, e eu fiquei imaginando seus familiares esperando seus parentes que não retornariam mais as suas residenciais. No dia seguinte foram estampadas nos principais jornais fotos, pessoas todas grudadas tentando se salvar através da parte de cima do prédio, foi horripilante, infelizmente não acabei comprando jornais mostrando reportagens completas deste triste acontecimento, para não dizer talvez o pior da historia de S. Paulo. Enviado por Aristides Rodrigues Rodrigues - [email protected]
Eu também assisti durante algum tempo o incêndio, pois eu tinha aula de datilografia na Rua Benjamin Constant, e quando o incêndio começou, fui até a Rua Riachuelo já chegando no Anhangabaú.
Quanto ao incêndio anterior, o do Andraus, eu vi a fumaça de minha casa que era no Cambuci. Enviado por Carlos Alberto Haberbeck Brandão - [email protected]