Leia as Histórias
Feriado em Santos (26/01), e eu, moradora da cidade atualmente, participei de uma excursão organizada pelo SESC/Santos à minha terra natal, Sampa.
Sempre visitei pontos culturais da capital como: Ibirapuera, Museu da Língua Portuguesa, MASP e outros e fui pega de surpresa nesse passeio que fiz a uma parte bucólica da Sampa do início do século XIX, quando da industrialização da capital.
Essas vilas surgiram com o crescimento de São Paulo e consequente imigração, principalmente de europeus. Pelo preço baixo dos terrenos nas várzeas, foram sendo construídas vilas de casas com preço acessível que serviriam de moradia aos operários; algumas ao lado das indústrias, porque havia necessidade dos patrões manterem os operários próximos, uma forma de controle social: assim se evitaria greves e manifestações e também não interessaria aos empregados perderem a moradia, por cujo aluguel pagavam valores baixos. Por outro lado, investidores começaram a construir como forma de investimento, algumas em terrenos bem localizados, visando atender a classe média da época.
A Vila Itororó, situada no 'Bixiga', é da década de 20: formada por uma casa grande de propriedade de Francisco de Castro, um rico português (a primeira casa com piscina particular em São Paulo) e mais 37 casas simples alugadas que lhe garantiriam uma boa renda. A água da piscina era captada em nascente própria no rio Itororó, hoje Av. 23 de Maio. Percebe-se a imponência dessa casa para a época, mas com detalhes um tanto exagerados em seu acabamento.
Posteriormente seu proprietário precisou vender a vila e mais recentemente ela foi tombada pelo governo, com o intuito de se transformar em espaço cultural. Os moradores inconformados tiveram que deixar suas casas, cenários de histórias de vidas e sonhos ali vividos.
Está tudo em reconstrução, mas preocupa a morosidade das obras em relação ao tempo que passa e deixa suas marcas. Será que conseguirão resgatar as características originais? E os sonhos, brincadeiras de crianças, lembranças, as emoções ali vividas, alguém devolverá aos ex-moradores?
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