Leia as Histórias
Nestes tempos de idade avançada, as visitas aos balcões das farmácias são constantes e caras. Nem o fato de prestar meus préstimos profissionais a uma rede farmacêutica reduz o custo das drogas que preciso consumir diariamente.
O preâmbulo deste texto é significativo. Hoje, depois de mais uma visita fármaco-turística para adquirir alguns produtos, aproveitei para conversar com o farmacêutico de plantão.
É um profissional com todas as características dos antigos farmacêuticos de outrora. Entende do riscado. Formado e depois de anos de vivência, chega a ser quase um clínico geral. Reconhece os males, sabe quais os medicamentos indicados para curar ou, pelo menos, servir como lenitivo, e pode nos facilitar a vida.
Pois bem, esse profissional me fez lembrar de outros, mais antigos, que na minha juventude me conheceram e medicaram com sucesso. Entre eles, lógico, estão o Haroldo e o Álvaro (este também muito conhecido do nosso querido baianobixiguense Nelson).
Lógico, todos os males que nos acometiam, antes de uma visita ao profissional médico, eu corria a falar com um dos dois. Era um tal de chegar na frente do balcão de vidro e dizer:
- Álvaro, peguei aquela gripe brava, me aplica uma bomba atômica que eu não posso perder o baile do sábado.
Ou, então...
- Haroldo, acho que vou precisar tomar uma série de penicilina - neste caso a bronca vinha com toda certeza, “você não vai aprender a tomar cuidado nessas suas orgias?”, mas depois da bronca vinha o tratamento e este, lógico, infalível.
Remédios, onde comprávamos? Eu os comprava nas farmácias do bairro, mas minha mãe preferia se deslocar até o centro da cidade e comprá-los nas farmácias tradicionais.
Lembro-me de algumas bem antigas: "O Veado de Ouro" na Rua São Bento, Drogaria Farto na Praça da Sé, e a principal, no meu modo de ver, a Drogadada, localizada na Rua 24 de Maio esquina com a Rua Conselheiro Crispiniano.
Eu gostava de acompanhar minha mãe até lá, pois, além de entrar numa farmácia instalada no subsolo da loja, podia tomar um suco de laranja feito em máquina especial - novidade na época - era fantástico.
Hoje as farmácias são, simplesmente, pontos comerciais, onde balconistas quase autômatos revendem remédios receitados por médicos, em receitas escritas em caligrafia quase ilegível ou, de conformidade com a lei, impressas em sistema de informática.
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Laruccia Enviado por Modesto Laruccia - [email protected]
Seu texto me fez lembrar da "Ao Veado de Ouro"; que tempo bom!Era verde o rótulo se nao me engano. Adorei Enviado por Cida Micossi - [email protected]