Leia as Histórias
Hoje, sentado no ônibus que me transportaria de Praia Grande para São Paulo, sem nada para fazer ou me ocupar, comecei a dar "tratos à bola" na esperança de lembrar algum fato importante e que me rendesse um bom texto. O ônibus era da Breda, me lembrei então que nos áureos tempos de minha mocidade, a telefonista que trabalhava na Viação Breda era minha conhecida, a Carmem. Com ela bati longos papos, tive vários convites de picnics e bailinhos, aos quais compareci sempre, mas não seria esse tema bom para desenvolver um bom texto.
Vi então uma manchete de jornal, do passageiro que está à minha frente, o nome de uma rua que frequentei por muitas vezes, durante minha adolescência. Era uma das principais artérias do centro comercial, tinha apenas dois quarteirões. Com um fluxo enorme de pessoas, desde cedinho até avançadas horas da noite, unia e une até os dias atuais, duas praças muito conhecidas, a Praça do Patriarca e a Praça da Sé.
Uma rua que eu conhecia muito bem, mas que me intrigava, pois seu traçado não era e não é ainda, tão direito como seu nome. Pesquisando fiquei sabendo que muito antes, era chamada de Rua Direita de Santo Antonio e Direita da Misericórdia por causa das duas igrejas que existiam na região.
Fiquei sabendo, também por essas pesquisas, que nela haviam morado dois figurões da sociedade paulistana, os senhores Antonio da Silva Prado (Barão de Iguape) e José Manoel da Silva (Barão do Tietê). Bem, basta de divagações históricas, vamos às lembranças mais recentes. Essa rua era por mim utilizada para chegar até a Rua Quintino Bocaiúva e frequentar o auditório da Radio Record.
Lembro-me de várias lojas comerciais nela instaladas, dentre elas, Ao Preço Fixo, Sedanyl, Casa Henrique, Casa Cosmos, Casa Sloper, Lojas Brasileiras e Lojas Americanas. Lembro-me do Bar Viaducto, tradicional estabelecimento da paulicéia, tão distinto e marcante quanto a Confeitaria Colombo do Rio de Janeiro. Era ali que, aos domingos, depois de sair da Radio Record, eu tentava encontrar com meu tio Elias Chammas. Se a tentativa desse resultado, eu me satisfazia de refrigerantes e salgadinhos ouvindo musica solada por violinistas competentes.
Pois muito bem, chegamos ao ponto principal desta minha rememoração, um pouco antes do Bar Viaducto, existia um dos muitos cinemas da velha Sampa, era o tradicional Cine Alhambra onde assisti a vários bang-bangs, mas o principal filme que assisti nas telas daquela casa de espetáculos foi Pinóquio na versão de Walt Disney. Encantador, aterrorizador, fantástico. Lembro-me de que antes dos filmes de longa metragem de Walt Disney, eram apresentados filmetes naturais produzidos no mesmo estúdio e denominados Maravilhas da Natureza.
Nada, nada mesmo, hoje pode ser comparado àquelas sessões de cinema. Elas me trazem muitas saudades. Bem, tentei achar um tema para meu texto, vaguei pela memória e dissertei, novamente, sobre generalidades.
Generalidades que me encheram o coração de ternura e saudades. Acho que valeu e, se prendi a atenção do meu leitor até esta linha, valeu mesmo.
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Cida Enviado por Cida Micossi - [email protected]