Antigamente eram conhecidos como garrafeiros. Passavam pelas casas recolhendo garrafas vazias (o grito: garrafeiro!). O tempo, a sociedade consumista mudou o panorama, os papéis, papelões, latinhas de cerveja para reciclagem transformam os garrafeiros em catadores de papel. São vistos como párias da sociedade, esquecendo de sua grande importância na indústria da reciclagem.
Somos bombardeados diariamente sobre a importância do lixo seletivo e, no entanto, nenhuma providência por parte da prefeitura. Tudo bem vamos colaborar separando os papéis, plásticos latas, etc. A minha parte está feita. Quem vem retirar o que separei? Não há coleta seletiva! Então é fácil chegar a TV e ficar criticando o povo ignaro. Quem é o meu salvador?
Aquele que leva as latinhas, jornais, revistas, garrafas pet, etc. empurrando o carrinho o dia todo, enfrentando um trânsito caótico para garantir sua sobrevivência o catador vem e leva tudo e ainda agradece. Não fosse por ele tudo iria para o lixo comum. São responsáveis pela reciclagem de tais produtos. É preciso dar um pouco de dignidade a esses homens (algumas mulheres) que por uma ninharia recolhem e abastecem nossa indústria de reciclagem.
A contribuição deve ser muito pequena, são como formiguinhas, mas fazem um bem incalculável para nós que separamos com carinho o lixo que o poder público não é capaz de levar. Ficamos com a sensação de dever cumprido graças aos catadores. Você, caro leitor, que lê este artigo com certeza vai ter outra visão dessas carrocinhas que de quebra levam alguns objetos inúteis da casa. Basta negociar. Aqui em Veleiros (Santo Amaro) um senhor sempre bem vestido, discreto, sem vício, empurra sua carrocinha como um “lord”. Pasmem, o homem tem 85 anos! Sua área de ação é Av. Rio Bonito, Av. Leblom e imediações.
Viva as carrocinhas e seus bravos dignitários. Atenção, está excluída aquela pequena minoria que só faz bico para comprar cachaça e dormir nas praças e ruas.
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