Garimpando na praça

Garimpo na Praça da República: Aos domingos, na Praça da Republica, em São Paulo, acontece a tradicional feira, reunindo perto de 300 expositores, em cinco diferentes setores: Numismática, Filatelia, Artes plásticas, Artesanato e Genealogia.

No domingo, 8 de janeiro de 2012, percorri o setor da Genealogia com especial atenção. No século passado os expositores do setor vendiam fósseis, nos quais o tempo imprimiu e preservou esqueletos de peixes, insetos, pequenos animais, flores e outros elementos da pré-história. Atualmente a venda destes artigos, que tanto fascinava os turistas estrangeiros, não é mais permitida.

A oferta atual é de uma incrível variedade. São em geral cristais e pedras brasileiras semipreciosas em seu estado bruto e lapidadas ou esculpidas e torneadas. Em lapidações de diversos estilos, transformadas em objetos de decoração e até talheres, e ainda, uma infinidade de colares, pulseiras, chaveiros e o que mais pode ser usado como adorno ou decoração. Este universo de ofertas atrai numeroso e misterioso público comprador. Neste domingo, centenas de homens, mulheres, crianças, sozinhos ou em grupo com características físicas dos povos asiáticos, faiscavam avidamente neste verdadeiro garimpo… Pela quantidade, tipo de comportamento esta multidão não é formada por turistas, mas de pessoas radicadas no Brasil.

O comportamento coletivo desta gentarada me parece estranho e difícil de entender, verdadeiro enigma. Este povaréu se comunica em voz muito alta, em suas línguas de origem, emitindo sons guturais absolutamente incompreensíveis. Dirigindo-se aos vendedores sempre em voz muito alta, parece que só querem obter descontos. Francamente, não consigo entender e explicar o comportamento deste povo que a cada domingo, impulsionada por estranha compulsão, transforma um pedaço da Praça da Republica num tumultuado garimpo constantemente bateado por uma multidão de estranhas e ambiciosas criaturas.

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