Franita Camisas – Francisco Sala Montserrat

de: Helcias Bernardo de Pádua<br>Assoc. Grupo Memórias do Itaim Bibi<br>Março de 2009 – SP – SP<br><br>Franita Camisas – Francisco Sala Montserrat<br><br>Espanhol, nascido em Barcelona em 22 de agosto de 1931, porém um itahyense de coração. <br><br>Pioneiro ao instalar na Rua João Cachoeira uma confecção de camisas que, de imediato, revolucionou o modo de vestir dos jovens da década de 60.<br><br>De descascador de batatas e mascate, percorrendo a região de Mauá, Ribeirão Pires e Mogi Mirim, quando na cidade de São Paulo torna-se, quase sem querer, ícone da arrojada moda ou corte de camisa usada pelos adolescentes. Como ele mesmo cita em um emocionado depoimento para o Projeto Memórias do Comércio II/SP, em setembro de 1994, "…, o garoto não queria se vestir como o pai". <br><br>Continuando comenta que: esse inusitado produto foi batizado simplesmente de "camisa americana", porque a amostra que um rapaz, aluno de uma escola tradicional paulistana, entregou para rapidamente eu confeccionar outra igual tinha uma etiqueta escrita Made in USA.<br><br>Prossegue, "… e a camisa era de enfiar pela cabeça,… foi um tremendo sucesso, mas eu e a minha família ainda estávamos na Avenida Santo Amaro".<br><br>O Sr. Francisco teve que se mudar para outro local. Escolhe a Rua João Cachoeira, uma rua de terra, sem movimento algum. Pacata. Crianças brincando até no córrego – Córrego do Sapateiro -, que para atravessar passava-se por uma rudimentar e estreita ponte de madeira, a qual não permitia o trânsito de carros. Só a pé.<br><br>Acontece que a nova loja vendia "camisas diferentes" e já vinha com certa fama para um endereço próximo a dois bons estabelecimentos de ensino, o Aristides de Castro, na esquina das atuais ruas Leopoldo Couto de Magalhães Jr. com a Urussuí, e o Ministro Costa Manso, na própria Rua João Cachoeira. Essas instituições, embora estaduais, recebiam muitos alunos de classe média e média alta, sem contar os "amassa sapo", como eram chamados os meninos e meninas da várzea do Itaim. <br><br>Eles passavam, olhavam, comentavam e entravam para comprar e poder ostentar orgulhosamente essa novidade. A fama transpôs os limites do Itaim Bibi. Iniciava-se o brilhante comércio do respeitado "Shopping Center a Céu Aberto". <br><br>“Os adolescentes naquele momento podiam comprar roupa, né!”, afirma o Sr. Francisco… , ”e o nome "Franita" nada mais é que a junção do meu nome – Francisco – com o da minha esposa, na época – Anita“.<br><br>Que os anjos vistam as camisas Franita.<br>(22 de agosto de 1931 – 21 de março de 2009)<br><br>e-mail do autor: [email protected]