Eu vi… Estou vendo…

25 de janeiro de 1554 – 2012 = 458 anos de vitórias incontestáveis.

Eu vi esta portentosa cidade nascer… A primeira visão que guardo em minhas lembranças, foi seu perfil horizontal. Do meu bairro, o Braz, vislumbro, como um campo coalhado de foguetes esperando o "start" pra subirem, tentando alcançar a estratosfera do progresso. O único que foge, em altura das estruturas verticais é o prédio do Martinelli. Isso em 1932.

Alguns anos depois, quando passo a fiscalizar seu desenvolvimento, São Paulo está estacionado, parado com sua vida acalentada por manhãs fresquinhas, tardes ensolaradas e noites frias, umedecidas por garoas auspiciosas e românticas. Quietude completa, estações de rádio encerrando suas programações às 2h da tarde, mulheres estendendo suas roupas lavadas e co aradas, garotadas brincando na rua Assumpção, pasmaceira total. De repente, assinalados por um observador extra-terráqueo, a cidade desperta, como que dizendo: "Olhem, estamos sendo observados, analisados, não podemos titubear…"

Eu vi, na inocência dos primeiros anos de aprendizado, olhava e dizia pra mim: "Esta cidade de São Paulo não pode continuar assim". Arregacei as mangas de minha tosca "ganeta" (camiseta) e gritei, com tudo o que meus pulmões podiam suportar:
– "Pessoal, vamos acordar, vamos chegar lá, vamos progredir e isso só se consegue trabalhando".

Comecei a fazer as devidas comparações, confrontando, primeiro com a "Gotham City" (eles tinham o Batman e nós, não); tinham Namor, o Príncipe Submarino, o Superman, depois ganharam o "Spirit". Aí acordei, aquilo tudo era ficção, mas, em população, perdíamos para o Rio. Não demorou muito, passamos o Rio, depois o México, depois New York, Chicago: na América do Sul somos imbatíveis!

Os edifícios se alastram, multiplicam, bairros inteiros aparecem do nada, primeiro em televisão, em metrô, aeroportos movimentadíssimos (o maior das Américas, do Sul e a Central), super avenidas, viadutos se cruzando em todas as partes, como se fossem montados por uma criança "gigantesca" com partes sobrepostas, finalizam a construção em tempo que levariam, se fossem utilizados os critérios antigos, quatro a cinco vezes muito mais do que a moderna engenharia paulista, exibindo ao mundo a mais avançada técnica.

Vejo, agora de onde moro, zona Oeste, há pouco mais de 40 anos, incalculável crescimento, extasiando o mundo, a vertiginosa explosão da população com representantes de todas as raças, nacionalidades, etnias, religiões, as mais exóticas do mundo, confirmando a assertiva de que ao mesclarem raças, se consegue um perfil diferente e bem superior aos seus indivíduos que a originaram.

Estou vendo… São Paulo, magnífica cidade amorosa, piedosa, oportuna, gigantesca na sua humildade, soberba no acolhimento de trabalhadores, visionários e aventureiros, impactante na seleção dos que trabalham e crescem com ela. E vamos continuar vendo esse progresso, essa opulência, esse desejo incontrolável de ser a maior do mundo. E vai ser…

Parabéns, São Paulo, de Anchieta, de Nóbrega…. Salve 25 de janeiro – 1554 = 2012 – 458 anos de surpresas mil!

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