Zona Leste

Mooca

São Paulo em tempos idos era uma cidade pequena de pouco mais de trinta mil habitantes. O paulistano ainda não havia contemplado o surto de extraordinário progresso que só os dias futuros trariam.

Compulsando uma série de antigas plantas da cidade de São Paulo, temos oportunidade de verificar o lento desenvolvimento da Mooca até o começo deste século, a paulatina seqüência da criação de suas ruas. É evidente que em qualquer outra planta, não estão identificadas todas entradas ou caminhos existentes e que depois se transformaram em ruas, porém aparecem as mais importantes.

Começando pela famosa planta de 1810, de Rufino José Felizardo e Costa, notamos que não existe nela, a identificação de um único bairro. A planta limita-se apenas ao que hoje é o centro da cidade, sem nenhuma identificação. Localizamos o que seria a região da Mooca apenas pela ponte sobre o rio Tamanduatehy, no fim da atual rua Tabatinguera.

Já em 1841, consta uma estrada como "Caminho da Mooca" e uma estrada sem nome, facilmente identificável sendo a atual rua Piratininga. Entre a várzea do Tamanduatehy e essa estrada sem nome, não há nenhuma rua demarcada, apenas divisões indicando possivelmente sítios ou chácaras.

A situação é a mesma em 1842 na planta de José Jaques da Costa Ourique e em outra de C. A. Bresser (sem data), nessa planta, o caminho sem nome de 1841, é agora "Caminho para a Mooka", ( com "K"). Ao que parece essa foi a primeira designação da rua Piratininga, cabe uma observação: por que entre a antiga Várzea e a freguesia do Bras, somente a atual rua Piratininga foi a primeira rua (ou caminho) aberto para a Mooca?

Sabe –se que toda a área compreendida entre o Rio Tamanduatehy e a atual rua Piratininga, embora não sendo totalmente a várzea, era facilmente inundável. Daí a abertura de um caminho onde o terreno já era suficientemente firme e garantido para todas as épocas do ano. A Rua Carneiro Leão, por exemplo, só surgiu muito mais tarde.

A moça bandeirante ainda alongava os olhos amorosos por detrás das rótulas das janelas para espreitar a medo a passagem do vulto querido... São Paulo era um templo de paz. Só o estrépito dos cavalos que passavam pelas ruas quebrava de quando em quando essa tranqüilidade.

O tempo foi passando e a Mooca crescendo e com isso surgiram os imigrantes, Húngaros, Italianos, Espanhóis, Lituanos e com eles o aparecimento de grandes fábricas e indústrias: o comércio se expandiu também, trazendo para cá o crescimento rápido de uma população, que até hoje permanece na Mooca.

Os índios se foram, deixando somente marcas de um passado respeitado por nós mooquenses, os imigrantes deixaram seus descendentes que continuaram com a garra de crescer e vencer como seus antepassados.

O ano de 1890 prenuncia o aumento dos loteamentos de chácaras no início da Rua da Mooca . Casas instalam-se em terrenos loteados nas imediações do Hipódromo e na várzea do Tamanduateí, onde o valor baixo dos terrenos atraiu fábricas e operários. Assim, começa a ser desenhado o perfil que ainda hoje se nota perto da ferrovia: próximo as fábricas e chaminés de tijolo a vista, surgem casinhas e sobradinhos geminados, com características despojadas e sem jardim na frente, seguindo o alinhamento da rua. Entre 1870 e 1890, estima-se que pelo menos 40 fábricas começaram a operar na região.

Dia do bairro: 17 de agosto

Fonte: Subprefeitura Mooca