A primeira referência ao Mandaqui data de fevereiro de 1616, quanto a Câmara da então Vila de São Paulo de Piratininga deu permissão ao bandeirante Amador Bueno da Ribeira para a construção de um moinho de trigo ao lado do Ribeirão Mandaqui e do Rio Grande (atual Tietê).
Em tupi, o termo Mandihy significa rio dos mandis, ou dos bagres. Depois do moinho de Amador Bueno da Ribeira, que foi aclamado rei pelos paulistas, insuflados pelos espanhóis em 1641, instalou-se na área a Fazenda Pilão de Água, de propriedade de Josaphat Batista Soares, um dos mais antigos moradores do bairro.
Já com 70 anos e fiel ao rei português, Dom João IV, Amador recusou tornar-se o rei dos paulistas. Revoltada, a população cercou sua casa e o bandeirante teve de se refugiar no Mosteiro de São Bento, onde um frade conseguiu convencer o povo de que o bandeirante não queria se tornar monarca. A negativa de Amador Bueno frustrou os espanhóis, que queriam restabelecer o domínio da Coroa Espanhola sobre essa parte do Brasil.
O bairro tornou-se um reduto de imigrantes europeus, que se instalaram em chácaras na área, ao lado da Serra da Cantareira e do Horto Florestal, a 743m de altitude, com muito verde e água de excelente qualidade. A família Zunkeller, brasileiros de origem francesa, se instalou na atual área central do Mandaqui.
Liderados pelo patriarca Alfredo, os abastados Zumkeller plantaram videiras, produziram vinho e criaram gado leiteiro. Alfredo, casado com Judith, teve os filhos Eduardo, Jorge, Maurício, Lídia e Julieta. Ainda em vida, o patriarca dividiu, em 1928, as terras com os filhos, que começaram a loteá-las.
A casa-sede do sítio dos Zumkeller, que ficava ao lado do atual Conjunto dos Bancários, , foi demolida, sua construção era característica do início do século. Em seu lugar nos dias de hoje há um conjunto de prédios.
Posteriormente, com ar de cidade do Interior, o bairro se tornou uma das paradas do Trenzinho da Cantareira. A antiga estação, na Rua Prof. Valério Giuli, hoje foi transformada em residência, mas mantém suas características arquitetônicas. O desenvolvimento deu-se a partir dos anos 60, quando começaram a surgir os prédios.
Uma das versões do nome Mandaqui é uma história curiosa que se remete a um antigo morador, cujo nome a história não registrou, mas que, ao encontrar em suas terras os funcionários da Companhia da Cantareira, disse que quem mandava ali era o "filho do meu pai", ou seja ele mesmo. Com o passar do tempo, as pessoas passaram a se referir à área como a terra do Mandaqui.
Dia do bairro: 6 de outubro
Fonte: Subprefeitura Santana / Tucuruvi