As pessoas sempre gostaram de colecionar coisas. Antigamente era bem comum esse hábito. Colecionava-se de tudo, figurinhas, papéis de carta, caixas de fósforos, selos, conchas e os muito ricos colecionavam carros, obras de arte, enfim, cada qual escolhia algo que o agradasse e coubesse em seu bolso e fazia sua coleção.<br><br>Houve uma época, quando a Prefeitura asfaltava a rua de minha casa, que eu resolvi colecionar pedras. Percorria a via de ponta a ponta catando todas que achava bonitas ou diferentes. E foram muitas, tantas que o meu pessoal vivia tropeçando e chutando as pedrinhas para tudo quanto era lado, até que minha mãe exigiu que eu as devolvesse ao seu devido lugar, o que foi muito bom para a Prefeitura, pois do jeito que ia, a rua acabaria ficando sem uma única pedra para contar história.<br><br>Até mesmo as empresas incentivavam essa mania, a Kibon certa vez, fez uma promoção aonde os palitos dos picolés vinham carimbados dando direito a pequenas bandeirinhas de vários países. Era uma delícia saborear os sorvetes “chicabon”, “já-já”, de coco e outros mais, e verificar logo na pontinha do palito, na primeira mordida, uma marquinha que era indício de premiação, melhor ainda ao terminar a guloseima e descobrir de que país seria a bandeirinha ganha. Eram tão bonitinhas, acetinadas, bem feitinhas mesmo.<br><br>Em casa, conseguimos montar em um arco de madeira, também adquirido com o consumo de sorvetes, todas as bandeirinhas. Foi uma bela coleção.<br><br>Meu primo Alexandre gostava de colecionar gibis. Amigo de um garoto, cujo pai trabalhava em uma editora, recebia dele uma infinidade de exemplares. Nos finais de tarde, depois dos deveres escolares feitos e das brincadeiras, lá íamos nós à residência do Xande ler ou pedir uma revistinha emprestado. Ele nos emprestava, mas fazia questão da devolução dos gibis em perfeito estado, sem faltar nenhuma página. Os títulos eram bem variados e para todos os gostos: Pato Donald, Tio Patinhas, Mickey, Luluzinha, Os sobrinhos do Capitão, Popeye, Pinduca, Mandrake, Charles Chan, Fantasma, Zorro, Tarzan, Príncipe Valente, Lili, a garota atômica, Princesinha, Contos de Fadas e até um único exemplar do Tin-Tin (esse só podíamos ler na casa dele).<br><br>Outro dia, passando por uma banca de jornal, ví um exemplar de Luluzinha jovem, mas não sabe se foi uma edição especial ou se é mensal. Confesso que particularmente não gosto dessa atualização de tempo nas personagens tão queridas de minha infância. Para mim, Luluzinha é adorável com seus cachinhos, vestidinho vermelho e sua inseparável bolsinha, sempre brigando, mas adorando o gordo Bolinha. Eles são eternos e deveriam continuar como foram idealizados originalmente por seus criadores. Mas enfim… <br><br><br>E-mail: [email protected]
