Clima de Natal

Por falar em mudança dos tempos, dos costumes, onde estão os natais de São Paulo de antigamente? Me Lembro-me no início dos anos 70 e fim dos anos 60, que para mim o Natal começava já em outubro.

A televisão começava a veicular aqueles lindos comerciais de natalinos. O da Varig "Estrela Brasileira, no céu azul…", o do Banco Nacional: "Quero ver você não chorar…", e o que me dá um sentimento maior de Natal, o das Casas Pernambucanas "Dezembro vem o Natal, os presentes mais bonitos, as lembranças mais humanas…".

Aliás, é bem isso, as lembranças mais humanas. Eram Natais mais humanos, sentimentos e comemorações mais humanos. Hoje, ao invés da ceia, missa do galo, aquela paz, soltam-se rojões barulhentos, ouve-se até axé e funk nas noites de Natal. Já se confunde Natal com ano novo.

Não quero estar aqui para criticar os tempos modernos e a mudança drástica de costumes, mas a sensação que tenho é de que estão acabando os Natais como eu e muitos conhecemos. Parece que vai ficando fora de moda aquele chamamento para a reflexão, para uma noite de paz com a família e tudo vai perdendo seu significado.

Só fica a questão comercial da troca de presentes, mas o significado mais profundo vai ficando para trás. Lembro-me que até caixa do sabão Omo chegou a trazer um presépio para cortar e montar (eu cortei e montei). Adorava montar presépios, árvores de Natal piscando com algodão imitando neve. As ruas estão menos enfeitadas, as casas e os prédios, também. Na TV quase não se fala em Natal. Acredito que em pouco tempo, muitos se esquecerão até o que se comemora nesse dia como se esquecem de tantas outras datas comemorativas.

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