Casa de vó

Ainda hoje, com quase 50 anos, consigo lembra-me nitidamente da minha saudosa infância. Fecho os olhos e como num passe de mágica consigo viajar rapidamente no tempo e lá estou novamente, primavera dos anos 60, no bairro de Moema, mais precisamente Rua Chanes.

Vejo a casa dos meus sonhos com um portão verde e um pequeno jardim muito bem cuidado com roseiras, a entrada lateral com caminho de cimento, além de hibiscos do lado e aquele cheiro gostoso no ar… A janela da frente com sua cortina, tudo sempre limpinho arrumado com esmero e cheirando bem.

Revejo minha avó com seus cabelos brancos e olhos azuis, tão cheirosa e tão bonita falando com seu sotaque carregado, afinal era alemã… Entramos na sala com os tacos de madeira encerrados e o barulho do velho relógio Junghans, que marcava os quartos de hora… O quarto de meu pai quando solteiro, o banheiro com seu aquecimento a gás e seus lindos tubos de cobre, a cozinha e o cheiro da comida… “Ah”, que saudades!

A porta de madeira com tela, que dava para o quintal, que tinha um poço de tijolos aparentes e um pequeno quartinho que meu pai construiu para guardar garrafas, mas minha avó utilizava para deixar o chucrute curtindo…

Dormir na casa da minha vó era sempre uma alegria… O mundo de aventuras no quintal, mas os anos passaram voando e há muito tempo, quando voltei para lá, a casa havia sido comprada por uma escola que alterou totalmente as suas características…

Uma pena, uma perda enorme! Mas assim como minha avó se foi, meu pai também e tantas outras pessoas queridas! Restou uma enorme saudade e um sentimento de agradecimento por poder ter tido uma infância feliz…

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