Assim caminha a humanidade

Mudamos para São Paulo no ano de 1950, ainda criança, mais precisamente na região do Brooklin, onde passei a maior parte de minha infância em grupos escolares, cinemas, parques de diversão, carrinhos de rolimã, bolinhas de gude, passeio no centro de São Paulo com nossos pais, aniversário de coleguinhas de terno e gravata…

Até vender gibi na feira e colecionar: Fantasma, Tarzan, Mandrake, Super Homem, Capitão Marvel, Búfalo Bill, Gene Autry, Roy Rogers, Zorro, Tom Mix, etc.

Fui crescendo… Primeira namorada; ginásio; apreciar as pernas da professora; brigas com colégios rivais; comer pizza em padaria e sair correndo para não pagar; chocar bonde; bailes em casas de família; e, claro, frequentar salões dançantes: Chuá Danças, Avenida, Som de Cristal, Vila Sofia, Cartola, Club Homs… Sair e chegar em casa às cinco da matina.

Cresci, casei, fui livre. Fui marido, com mulher, com lar. Com liberdade, tanto importa não ser, como haver sido, ao meu filho só deixo esta verdade, à minha esposa só deixo este momento, ao meu irmão a lembrança. Revendo fotos antigas de meus pais e de meus amigos, os quais muitos já se foram, tudo isso me veio à memória, eu e meu irmão éramos crianças e meus pais tão jovens, muita saudade.

Tudo isso se passou em São Paulo, há 65 anos, mas parece que foi a semana passada. Daqui alguns anos, meu filho certamente estará pensando: “Como o tempo de meu pai era diferente, será que eu vou ter boas recordações de minha infância quando eu chegar na idade de meu pai?”.

E a vida continua…

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