No comecinho dos anos 60, a televisão tinha programações bem sadias. Lembro que segunda a noite passava "Histórias do Velho Oeste". Se não me engano, às terças "O Homem do Rifle", às quartas "Combate". Aos domingos "A grande Ginkana Kibon" e o "Circo do Arrelia", também tinha "A Turma dos Sete" e "Capitão 7", com Hidalina de Oliveira.
Eu era criança, e quando crescesse queria ter o "look" de Chuck Connors, “O Homem do Rifle”. Achava-o o máximo, era assim que queria ser, alto, forte e poderoso. Pois é… Não deu certo! Mesmo assim continuei seu fã.
"Aventuras Submarinas", com Loyd Bridges narrando. Vicente Leporace, mais tarde nos anos 60 teria um programa no rádio: "A Hora do Trabuco". Na “Grande Ginkana Kibon” eram apresentados números de balé do Municipal com coreografia de Aracy Evans. Como era linda a Aracy!
No começo dos anos 60 tínhamos as novelas da Tupi: Alma Cigana, Se o Mar Contasse, O Segredo de Laura, O Amor é Mais Forte, Quem Casa com Maria?, O Sorriso de Helena, e O Direito de Nascer, com autoria de Talma de Oliveira e Teixeira Filho. Na Record: Sonho de Amor, Prisioneiro de Um Sonho e A Última Testemunha. Na Excelsior: Corações em Conflito, A Moça que Veio de Longe, É Proibido Amar, Uma Sombra em Minha Vida e A Deusa Vencida, cujos cartazes de propaganda ficavam nos tapumes da Cásper Líbero. Tudo isto com o sabor do primeiro beijo. Acho que havia mais romantismo do que ciladas e tramas.
Nós dos anos 40, que tivemos o coração empanturrado de romantismo projetado por um hollywood pós-guerra, tivemos que encarar as mudanças de conceito, as trocas de valores, e moldar-nos heroicamente a sistemas totalmente contrários a nossa formação. Mas ainda sobrevivemos.
Como disse Guevara: "Perder a ternura, jamais!”.
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