O tempo passa, e na capital as coisas vão se transformando. Ouvi falar muito no tal de "fura fila". Dois anos atrás, passando pelo bairro do Sacomã, presenciei parte da construção do terminal, localizado na Praça Altemar Dutra. A viagem durou poucos minutos, das 8h58 às 9h10 horas.
Precisando ir até STIG – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Gráficas, Rua da Figueira, para ver se conseguia uns documentos antigos para fins de aposentadorias, dei com a cara no tacho: consegui um documento de 1975, e o de 1965, nada. Isto porque, segundo os atendentes na época, por ocasião de uma enchente, parte dos arquivos foi levada pela enxurrada.
Mas, falando do fura fila, foi uma ótima idéia esse tipo de corredor rodoviário. Da estação Sacomã até o Parque Dom Pedro foram quinze minutos. Certos trechos do corredor são elevados e fiquei observando a quantidade de galpões industriais existentes em todo percurso. Dentre outros, vi o prédio antigo da Antartica, podendo ser considerado como patrimônio pelas características da construção. Alguns trechos do ramal continuam sendo construídos; enfim, obras para o futuro prefeito dar continuidade.
Na volta, desci na Rua do Grito, fui andando pela Rua Amadis, e daí… cadê a Rua Aída? Pelo que vi, a referida rua foi toda desapropriada para dar continuidade à linha do metrô.
Retornei à Rua Albino de Moraes; esqueci que a minha tia Deolinda tinha falecido. Por uns instantes, passou um filme na cabeça, e relembrei os anos de 1950, quando iniciamos a construção de nossa casa, e por ali vivia brincando. Fui andando pela Rua Abatixi, Avenida Carioca, Bairro Heliópolis, Estrada das Lágrimas, Rua Alencar de Araripe, Rua Salvador Pires de Lima.
Como de costume, apertei a campainha da residência do tio "Claudionor Viola", nome artístico, e Claudio Lazari, o verdadeiro cônjuge da tia Ana Pereira Tangerino, músico-compositor que foi parceiro do "Pirassununga", mas quem abriu a janela foi o primo Fernando, que foi logo dizendo: “O meu pai faleceu dia 21 de novembro de 2007”. Fato este que fui saber dia 24 de outubro de 2008.
Toda vez que passava na casa dele, a primeira coisa que fazia era pegar seu velho violão e cantarolar uma nova melodia. Os seus últimos trabalhos, falando de composições, foram as músicas "Estrada de areia" e "Deusa da inspiração", gravadas pelo casal "Duo Araguary".
Ao meu tio "Claudionor Viola" as minhas homenagens póstumas. Enfim, ninguém fica pra semente, somos todos passageiros viajantes deste planeta azul chamado Terra.
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