Amor incondicional de uma professora

Para ela a opção por Italiano foi a primeira coisa que lhe ocorreu quando decidiu fazer Letras.
Há mais de sete anos, a cada sábado, dirige-se para a Escola Municipal F. Doutor Miguel Vieira Ferreira, onde uma turma bastante heterogênea a aguarda. As idades variam entre 10 e 80 anos e alguns têm mesmo dificuldades físicas. Nada que impeça a curiosidade e a vontade de aprender.
Mas se engana quem pensa que ela apenas ensina o idioma. Sinaliza os caminhos da história, cultura, civilização e atualidades da Itália. E alerta para a importância de exercitarmos a delicadeza, agradecendo, pedindo com licença e sendo atenciosos. Nem precisava. Sua atitude é o maior exemplo. Seu amor incondicional uma lição permanente.
Dos valores de cidadania mantém o senso crítico e de justiça. Participar dessas aulas é um privilégio.
Durante a semana trabalha duro. Dirige escola, já estudou Direito e até trabalhou numa rede francesa de supermercados e num laboratório.
De voz suave e enorme paciência. Horas e horas em pé. Mas as costas doem. Aulas seguidas sem tempo para se alimentar. A moça magra de muito saber segue ensinando sábado afora.
Das viagens à Itália nos fala do que viu e nos ajuda a sonhar com novas possibilidades. Mantém acesa a chama do interesse e imaginação. E gosta de vulcões. “La donna è móbile”.
Com ela só não aprende quem não quer.
Ela é a Maria da Penha Freitas. Gosta de frutos do mar e não aprecia muito os doces.
Uma doçura de pessoa. Uma mãe para nós. Trabalha como voluntária no Projeto Comunitário de Cidadania Amigos da Paz.

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