"As marcas de uma cidade são gravadas pelo povo que as têm". Ao ouvir esta frase em um documentário, comecei a pensar quais seriam as marcas de São Paulo, onde estariam gravadas as marcas deixadas pelo povo que as têm?
Pensei em seus prédios; em cada uma das obras de arquitetura que tanto admiro e nas mãos que as construíram; pensei em suas árvores, palmeiras, flores e em quem as poderia ter plantado; pensei em suas ruas, avenidas e viadutos e no suor derramado para sua construção; pensei em sua arte e nos que se inspiraram nesta cidade; pensei no colorido e alegria das vozes de suas feiras; no trabalho dos que fazem seus eventos acontecerem; pensei na diversidade de sua alta gastronomia e na simplicidade de seu pastel de feira; pensei em suas mais altas torres e em seus mais profundos subterrâneos, lados opostos de um mesmo trabalho; pensei em seus rostos, em seus sotaques e suas histórias cravadas em rugas e mãos trabalhadoras; nos sorrisos discretos; em seus hinos cantados em Trens das Onze, nas ruas de Sampa, nas Manhãs de Abril ou pelas Minas de Sampa.
Percebi que São Paulo é assim, marcada por cada um que a tem.
Aqui cada um deixa também suas marcas, sua realidade, seus sonhos, suas histórias. Alguma coisa acontece e sempre acontecerá na poesia de suas esquinas, na sua realidade… E assim, nada mais foi como era antes.
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