Ainda minha Vila Maria querida

Hoje me deu vontade de falar da minha Vila Maria de novo. Lembro-me quando menina cheguei a essa Vila que ainda tinha ruas de terra batida, e que, quando chovia as ruas ficavam alagadas e era muito difícil chegar onde se queria ir. <br><br>Na Rua Alcantara tinha uma fabriquinha de chocolate que dava serviço para as pessoas fazerem em suas próprias casas. Minha irmã Dinorah precisava trabalhar e alguém lhe indicou a fábrica. E eu, que vivia grudada em suas saias, lá ia junto buscar e depois entregar os chocolatinhos bem embrulhadinhos. <br><br>Rua cheia de água barrenta, enfiávamos os pés na água, pegávamos o dinheiro ganho com muito esforço e lá íamos nos de volta para casa.<br><br>Na Avenida Guilherme Cocthing, esse e o nome da principal avenida do <br>Bairro, encontrávamos o velho bonde que ia e vinha da cidade. Pra mim que vim do interior aquilo era um sonho, pessoas penduradas e o bondinho a correr pela avenida. <br><br>Bons tempos aqueles em que eu tinha sonhos e muitos deles consegui realizar.<br><br>Hoje quando chego à Vila aos sábados, vou lá todos os sábados, entro no ônibus ali perto da ponte e minha mente volta no tempo, e eu agradeço a Deus pela linda avenida que agora está cheia de carros e árvores floridas. Sinto-me feliz quando chego à Vila, é como se eu chegasse em casa de novo, e sempre digo pra mim mesma: “Um dia volto a viver aqui.”.<br><br><br>E-mail: [email protected]