Li hoje no site uma história que citou uma loja de aeromodelos em São Paulo. Quando garoto, gostava muito de aeromodelos, a ponto de chegar a fazer alguns com papelão, varetinhas de bambu e papel de seda, porque não tinha dinheiro para comprar os que vendiam na loja citada.
Não ficavam bonitos de jeito nenhum, mas para mim, o fato de eu os ter criado era de uma beleza incrível. Não voavam e mal se mantinham sobre as rodinhas improvisadas. Um dia comprei um modelo chamado Paulistinha, que vinha em uma caixa, totalmente desmontado, mas completo, inclusive tinta, cola e verniz.
Montei o modelo pacientemente e consegui um aviãozinho que realmente voava, com um elástico interno para fazer a hélice girar. Era a sensação da rua, ele voava mais ou menos uns trinta metros e pousava suavemente no asfalto. Mas por que só trinta metros? Por que tão pouco se a Rua Ivinhema era tão comprida e convidativa a maiores distâncias?
Era época de festas juninas e eu comprei um rojão, sem bomba, para não perder o aviãozinho. Demorei semanas fazendo adaptações e consegui, com a ajuda de outros garotos, montar o foguete embaixo do avião e tiramos até a hélice para não atrapalhar.
Chegou o grande dia! Muita gente na calçada, nós no meio da rua e o avião todo prosa, com o rojão preso, pronto para decolar. Atenção!!! Fogo! E lá se foi ele, subiu mais ou menos uns cinco metros, fazendo um círculo gracioso, virou de cabeça para baixo, bateu de costas no asfalto e foi se arrastando e desmontando, em linha reta, até acabar a pólvora.
Amigos, só sobrou a hélice, porque tinha sido retirada antes. E ali acabou o sonho do que hoje podia ser uma Embraer.