Visitei recentemente a casa da minha tia Cota, a última remanescente da minha família, que mora no Morro do Querosene, no bairro de Itaquera.
Ao lado da casa dela ainda esta a velha mangueira no terreno em que a minha avó Ana morava. A mangueira foi transportada da cidade de Nossa Senhora do Amparo ainda no formato de semente (ou caroço), da fazenda Pantaleão, onde a minha família teve início.
Vocês não imaginam a dor que me deu ao ver essa arvore que foi minha companheira de infância. Em seu tronco provavelmente ainda posso encontrar algumas marcas feitas com um canivete e foi embaixo dela que chorei durante o meu primeiro contato com a morte, na despedida do meu avô em 1975.
Talvez seja essa arvore o ultimo marco da história da minha vida, o ultimo marco do reino encantado que tantas vezes enalteci e que agora talvez já tenha sido devorado pelo progresso, coveiro de tempos maravilhosos.
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