A Feira da Liberdade não é mais feita só de japoneses. Sinto muito quem não pegou a época divertida em que achávamos que estávamos no Japão, quando tínhamos dificuldade até de saber o preço das coisas, pela tamanha disparidade cultural. Recentemente, visitando o local, vi até um expositor, que vende marcadores de livro, negociando o preço do produto em espanhol com um vizinho latino… Claro que, quem se aventurar pelas ruas da Liberdade, ainda encontrará muitos restaurantes e lojas típicas, mas a diversidade cultural que a praça abriga é cada dia maior.
É lá na feirinha que Rosane Russi, ou Bita, como gosta de ser chamada, tem passado seus domingos nos últimos 13 anos. Ela confecciona mandalas, colares e brincos feitos de cerâmica, em um ateliê montado em sua própria casa, para serem vendidas aos domingos. Assim, a artista plástica confessa não ter um horário fixo de trabalho durante a semana: "Gosto de produzir quando a criatividade vem", diz. Seu estilo esotérico influencia diretamente as peças que produz.
Iniciada no Reiki e praticante de Yoga, Bita usa os símbolos do Om, Yng e Yang e da paz nas mandalas que enfeitam os colares e brincos. A técnica do manuseio da argila ela aprendeu em um sonho: "Sonhei durante três ou quatro noites com um senhor que me mostrava como trabalhar com o material. Aquilo mexeu tanto comigo que comecei a aprimorar minha técnica com a cerâmica e não parei mais". Na época ela também trabalhava com arranjo de flores e vasos ornamentais, mas hoje sua barraca na feira da Liberdade é tomada por uma infinidade de colares trabalhados e pingentes de todas as cores.
Perguntamos a ela se encarava a comida japonesa. Ela pensou duas vezes antes de responder: "Não sou muito fã não, mas sempre dou uma passada no Terraço do Chopp bater papo com os amigos que faço na feira, antes de ir embora para Jundiaí, onde moro".
Se deu vontade de conhecer ou mesmo visitar a praça novamente, não esqueça que a feira acontece todos os Sábados, das 09h às 18h, e Domingos, das 10h às 19h.
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