Por volta de 1960, achei uma mala cheia de dinheiro dentro de um armário nos fundos de um terreno que dava da Rua Tuapé para a Rua Padre João.
Na alegria, peguei algumas notas e saí gastando. Comprei balões de um menino da Rua Caquito, o Bolão, irmão do Jair e do Nino.
Acontece que uma vizinha me viu pegando o dinheiro e avisou o dono da mala. O dono era um malandro temido no bairro, que vivia de roubar as pessoas. Fiquei muito assustado com a reação que o mesmo teria comigo.
Quando me encontrou, ele colocou o dedo no meu nariz e disse: nunca mais mexa na minha mala, entendeu? E foi embora. Soube mais tarde que o malandro havia morrido. Nunca mais cheguei perto da mala dele.