A linguagem das flores

As flores sempre fizeram parte da minha vida.

Nasci no bairro de Vila Bertioga, Alto da Mooca, e morávamos com minha avó materna Thereza Boccaletti, que se encantava em ver seu jardim florescendo, e sempre estava em meio às plantas. Uma simples erva daninha, ela dizia: – Não devemos arrancá-la, pois irá florescer. Gostava de todas as flores, mas preferencialmente das rosas.

Minha avó paterna Madalena Correia, morava no Jardim Santa Therezinha, e também gostava muito de cuidar do jardim e com ela conheci as dálias, e como floresciam e que cores vibrantes! Era a paixão de vovó. Depois, passou também a cultivar uma pequena horta. Quem passava pela rua, parava para admirar as dálias e logo depois observava a horta que já produzia: abóboras, couve, tomates, cenouras, alface…

Hoje moro na região do Aeroporto de Congonhas, numa casa com jardim, onde há, num arbusto, um pequenino ninho de passarinho, que me dá muita alegria. Na calçada, duas árvores, onde os sabiás e outros pássaros cantarolam. Na sala, orquídeas, e no quintal, alguns gerânios. É comum ver alguns tipos de pássaros rodeando as flores e rapidamente chamo nosso filho e quem quer que esteja por perto, para comemorar, que a vida vale por tudo isso!

Observo como as flores se comunicam, pois se estão tristes, com as folhas sem viço, algo não está bem, e então transfiro o vaso para outro local, e logo noto a diferença. As cores, os perfumes, os formatos, tudo faz parte dessa linguagem. E a tudo isso eu classifico como grandiosas obras divinas, pelo qual sou apaixonada.

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