Recentemente fui com meu filho João Victor a um passeio que eu vinha adiando há tempos: o museu do Ipiranga.
Xeretamos por todos os compartimentos do museu e ele adorou. Achou muito legal a sala das armas, ficou indignado com as cadeirinhas de arruar (como os escravos aguentavam nos ombros senhoras tão avantajadas que mal cabiam nas cadeirinhas?) e gostou demais das salas que recriam casas de séculos passados.
Frente às telas do descobrimento, diante de um comentário meu: “mal sabiam esses pobres índios que era o fim do paraíso terrestre em que até então viviam”, João Victor ficou pensativo e, claro, concordou instantaneamente com a extensão da perda, da dor.
Mas o parque, o sol, o monte de gente, um grupo de orientais, as fontes, as rosas imperiais (raquíticas), os skates, tudo isso nos fez esquecer rapidamente aquele passado distante e nos trouxe de volta aos tempos atuais, com um leve sabor ainda do passado, pois havia ao lado do monumento uma exposição de carros mais ou menos antigos (mustangs, opalas, DKWs, fuscas e outros), além da casa do grito, que pouco difere de casinhas que conhecemos no interior, onde realmente habitam famílias.
Foi um passeio inesquecível e, se Deus quiser, faremos muitos outros semelhantes, até porque aconteceu um fato inusitado. Uma pesquisadora nos entrevistou e, diante da pergunta “quantos museus vocês visitaram nos últimos dois anos?”, lembrei em silêncio que em 2017 visitamos o Louvre, em Paris, e o Van Gogh, e Amsterdã. Mas respondi que “no Brasil, nos últimos tempos apenas dois, o Museu Barão de Mauá e agora este Museu do Ipiranga”; extremamente pouco para um educador.
São Paulo está aí, cheia de coisas bonitas para serem vistas, cheia de histórias incríveis esperando quem as descubra e as reconte. É preciso apenas querer e buscar.