Eu poderia começar minha narrativa do princípio, mas ela se tornaria enfadonha. Então, decidi tomá-la da “metade”, qual seja: a minha vida acadêmica.
Uma das melhores fases da minha vida – senão a melhor – se deu quando estudei filosofia na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Lembro-me saudoso do campus universitário sempre tão aconchegante. Com muitos prédios de uma beleza simples. O prédio da biblioteca central George Alexander, todo feito com tijolos avermelhados e cujo interior era todo amadeirado, com prateleiras e escadas num tom marrom escuro. O grande refeitório bem no centro do campus, contendo diversas opções de comes e bebes. E, o que mais me encantara na época: a singela capela logo à entrada de um dos seus portões. Como aluno e cristão comprometido que era, não poucas vezes lá estaria eu, orando para que o Senhor me abençoasse nos estudos.
Recordo-me também dos meus antigos professores, colegas de classe e amigos que fiz perambulando os corredores do campus. Amigos da filosofia e da teologia (amigos do saber e amantes do divino). Isto porque ambos os cursos eram separados por um modesto corredor na parte interna do prédio 27, salvo me falhe a memória.
Não poderia deixar de mencionar os bares da Rua Maria Antônia; os quais eu só comecei a frequentar no último ano de faculdade (eu era muito “caxias”). E, das sextas-feiras à noite, quando encontrava-me com um querido amigo do lado de fora do prédio João Calvino e rumávamos às vezes para o Baixo Augusta, outras vezes para a Praça Roosevelt.
Ó São Paulo, minha querida cidade! Não seria hipérbole alguma dizer que me tornei filósofo tanto em meio aos livros universitários como em meio à boêmia com seus mil e um pecados.
JOSÉ CHADAN, Prof. Mestre em Filosofia.
Créditos Finais:
* Foto: Biblioteca George Alexander, retirada do ficheiro da Wikipedia no dia 25/01/2024. Autor: Fábio Coelho.