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Aquele trecho da Marginal Tietê, do Corinthians até a divisa de Guarulhos (Penha), era nos anos 60 um enorme aterro, somente terras, onde hoje é o mercado Extra (antigo Pães Mendonça). Na Souza Ramos tudo era plano de terra, havia também a fábrica de tintas CIL, que tinha um cheiro horrível de enxofre, minha infância foi toda nessa região, descalço, calça curta, corria para todos os lados atrás de balões, empinava papagaios, a turminha jogava bola na rua, e assim vivíamos a nossa infância, sempre atravessava o Rio Tietê, da Penha para Guarulhos, com o meu pai remando um barquinho de madeira, pois do outro lado do rio havia várias chácaras/Sr.Celestino. E o meu pai ali o ajudava, e na hora do almoço eu ia levar a marmita que minha mãe fazia toda amarrada em um pano de prato super branco.
Também tínhamos uma chácara e eu saia nas ruas com uma cesta de vime vendendo almeirão, salsinha, cebolinha, couve, tudo plantado em nossa casa, cujo dinheiro ajudava em nossa humilde vida, nadava no Tietê, havia pedras no meio do rio parecendo cachoeiras, bebia a água sem nenhum problema, inclusive consumia essa água em casa, havia também, ali, a fábrica do Paschoal Thomeu que beirava a linha do trem da Central do Brasil, sempre acompanhava a troca de vagões e perambulava pelos trilhos da Central, na parte que divide a Penha e Guarulhos, embaixo da ponte havia uma fábrica de barcos de madeira, estava sempre por lá perambulando. Mas, a partir de 1964, começou a chegar o progresso, iniciando a Marginal Tietê e tudo o que hoje se vê por lá, mas com certeza quem viveu aqueles anos 60 naquela região, hoje, ao passar por lá, vêm imediatamente à nossa memória aqueles doces dias.
E-mail: rrosa49@yahoo.com.br
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