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Ladrões dentro do hospital
Autor(a): Rosa Tieko Shimabukuro Pantiga - Conheça esse autor
História publicada em 12/11/2008
São Paulo é a cidade que adotei como minha. Vinda do interior paulista, aqui terminei meus estudos, trabalho na minha profissão, me casei e, junto de meu marido, tento passar para o nosso filho de sete anos o bom aprendizado que a cidade oferece.
Não troco São Paulo por nenhuma outra cidade. Aqui encontro as oportunidades que preciso; respiro, entre a poluição também, uma mistura de experiências, vivências, trabalho, conhecimento, descobertas...
Falando em experiência, anos atrás pude passar por uma que, embora tenha sido assustadora, teve um final feliz. Sou farmacêutica e naquela época eu trabalhava na farmácia de um hospital (por conveniência, não vou citar o nome). Num determinado dia, envolvida naquela rotina do trabalho, percebi que havia assaltantes no hospital. Logo pensei comigo mesma: a coisa está brava, agora os ladrões estão diversificando seus nichos de ação.
Bom, soube dos ladrões depois que um de meus auxiliares entrou correndo na farmácia, branco como papel, dizendo que tinha visto vários indivíduos armados indo para a tesouraria. Imediatamente, tranquei as portas da farmácia e pedi que todos ficassem calmos. Em vão, pois todos começaram a falar ao mesmo tempo, tentando sugerir uma forma de sairmos de lá. Eu dizia que não havia outra saída, senão passarmos pelo corredor da tesouraria, ou seja, o melhor era ficar trancados na farmácia mesmo, aguardando o desfecho da situação e, se possível, calmos.
Havia uma funcionária que era portadora de diabetes e hipertensão arterial, e começou a passar mal. E nós, trancados na farmácia, com tantos médicos lá no pronto-socorro. Mas eu não podia deixá-la sair e buscar atendimento médico, passando em frente aos assaltantes. Sou contra a auto-medicação, mas não tive dúvidas: acabei medicando a moça com um comprimido de tranqüilizante retirado das minhas prateleiras. Logo, ela acalmou-se.
Eu estava apreensiva. Ouvíamos muita gritaria pelos corredores, gritos nervosos. Depois de aproximadamente três horas, tudo terminou, sem reféns, sem mortos ou feridos, e com os ladrões presos. Levamos a funcionária para o pronto-socorro e tudo ficou bem.
São Paulo é a cidade das contradições, pois mesmo trabalhando dentro de um hospital, onde a principal função é salvar vidas, naquelas horas, tive a sensação de que poderíamos perder as nossas.
Mesmo assim, é a minha cidade querida. Ela recebe pessoas de todos os lugares, crenças e raças. Pena que nem todos saibam corresponder à altura sua hospitalidade.
e-mail do autor: rt.shimabukuro@bol.com.br E-mail: rt.shimabukuro@bol.com.br
Não troco São Paulo por nenhuma outra cidade. Aqui encontro as oportunidades que preciso; respiro, entre a poluição também, uma mistura de experiências, vivências, trabalho, conhecimento, descobertas...
Falando em experiência, anos atrás pude passar por uma que, embora tenha sido assustadora, teve um final feliz. Sou farmacêutica e naquela época eu trabalhava na farmácia de um hospital (por conveniência, não vou citar o nome). Num determinado dia, envolvida naquela rotina do trabalho, percebi que havia assaltantes no hospital. Logo pensei comigo mesma: a coisa está brava, agora os ladrões estão diversificando seus nichos de ação.
Bom, soube dos ladrões depois que um de meus auxiliares entrou correndo na farmácia, branco como papel, dizendo que tinha visto vários indivíduos armados indo para a tesouraria. Imediatamente, tranquei as portas da farmácia e pedi que todos ficassem calmos. Em vão, pois todos começaram a falar ao mesmo tempo, tentando sugerir uma forma de sairmos de lá. Eu dizia que não havia outra saída, senão passarmos pelo corredor da tesouraria, ou seja, o melhor era ficar trancados na farmácia mesmo, aguardando o desfecho da situação e, se possível, calmos.
Havia uma funcionária que era portadora de diabetes e hipertensão arterial, e começou a passar mal. E nós, trancados na farmácia, com tantos médicos lá no pronto-socorro. Mas eu não podia deixá-la sair e buscar atendimento médico, passando em frente aos assaltantes. Sou contra a auto-medicação, mas não tive dúvidas: acabei medicando a moça com um comprimido de tranqüilizante retirado das minhas prateleiras. Logo, ela acalmou-se.
Eu estava apreensiva. Ouvíamos muita gritaria pelos corredores, gritos nervosos. Depois de aproximadamente três horas, tudo terminou, sem reféns, sem mortos ou feridos, e com os ladrões presos. Levamos a funcionária para o pronto-socorro e tudo ficou bem.
São Paulo é a cidade das contradições, pois mesmo trabalhando dentro de um hospital, onde a principal função é salvar vidas, naquelas horas, tive a sensação de que poderíamos perder as nossas.
Mesmo assim, é a minha cidade querida. Ela recebe pessoas de todos os lugares, crenças e raças. Pena que nem todos saibam corresponder à altura sua hospitalidade.
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Publicado em 16/05/2009
Rosa,seu relato levou-me a um episódio que ocorreu com minha maezinha já falecida,onde os meliantes entraram nesse hospital e ela operada sofreu um trauma pois eles esconderam-se justamente no quarto dela.Pode ser o mesmo hospital.Muito triste pesoas idosas acamadas passarem por tudoisso.Eu estava lá nesse dia.
Abraços Enviado por Fatima Medici - medici.fati@bol.com.br
Abraços Enviado por Fatima Medici - medici.fati@bol.com.br
Publicado em 19/11/2008
Seu relato demonstra que o verdadeiro lider é aquele (ou aquela)que toma as atitudes corretas nas horas mais difíceis e imprevisíveis.
Parabéns! Enviado por YPB - lumitsh@uol.com.br
Parabéns! Enviado por YPB - lumitsh@uol.com.br
Publicado em 18/11/2008
Very interesting! Good job!!!
Enviado por Tina - crisshima@gmail.com
Publicado em 16/11/2008
E vc. sabe reconhecer muito bem, Shimabukoro. Parabens pelo seu interessante trabalho.
Laruccia Enviado por Modesto Laruccia - modesto.laruccia@terra.com.br
Laruccia Enviado por Modesto Laruccia - modesto.laruccia@terra.com.br
Publicado em 14/11/2008
Fiquei emocionada com seu relato Rosa, horas de tensão e desespero dentro de um lugar onde se deve salvar vidas e você foi decidida, salvou uma vida. Parabéns.
Estou morando no interior de São paulo e sinto uma saudade danada da minha cidade...Lendo do seu amor pela cidade fiquei emocionada e agradecida. Que Deus proteja você e sua família nesta cidade cheia de imprevistos.
Um dia ainda volto pro meu berço!
Um grande abraço. Enviado por mary clair peron - clairperon@hotmail.com
Estou morando no interior de São paulo e sinto uma saudade danada da minha cidade...Lendo do seu amor pela cidade fiquei emocionada e agradecida. Que Deus proteja você e sua família nesta cidade cheia de imprevistos.
Um dia ainda volto pro meu berço!
Um grande abraço. Enviado por mary clair peron - clairperon@hotmail.com
Publicado em 13/11/2008
Mário, não entendi o porquê da Não intervenção da polícia por ser farmácia.(?) Será que não faltou algo?
Enviado por asciudeme joubert - asciudeme@ig.com.br
Publicado em 13/11/2008
Rosa, Sampa é mesmo assim, Sendo grande como é, seus problemas e soluções também o são. Mas nós a amamos. Somos paulistas e paulistanas ao mesmo tempo.
Um abraço, Ivette Enviado por ivette gomes moreira - ivetteg.moreira@gmail.com
Um abraço, Ivette Enviado por ivette gomes moreira - ivetteg.moreira@gmail.com
Publicado em 13/11/2008
Há tb casos de invasões de hospitais para acabar com desafetos da quadrilha...infelizmente, os hospitais tem pouca segurança.
Enviado por Luiz Simões - saidenberg@ajato.com.br
Publicado em 12/11/2008
Rosa..os meliantes são mesmo implacáveis. Aqueles que assaltam hospitais, farmácias, ambulatórios, consultórios estão a procura de drogas (o mesmo remédio que cura, pode matar, só depende da dose), bem como de agulhas e seringas e outros "acessórios" que vão ser utilizados de outra forma que não a convencional. Tenho uma prima que já sofreu tentativa de assalto no consultório odontológico e meu primo (marido dela), acabou levando um tiro no rosto. Graças a Deus não foi nada sério; a bala foi retirada e ficou tudo bem.Nada chegou a ser levado.Sabe-se que nestes lugares não há grande circulação de dinheiro então o que eles querem mesmo são os remédios, os componentes químicos e "outras cositas mas"...
Enviado por Erta Tamberg - ertatamberg@hotmail.com
Publicado em 12/11/2008
Quando há roubo em hospital, a procura é mais para psicotropicos do que dinheiro. Se não houve-se a intervenção da policia na certa o alvo deles era a farmacia.
Enviado por Mário Lopomo - mlopomo@uol.com.br